"Contando a história de Manuel Francisco (“um miúdo igual aos outros”), Letria relata-nos, a partir do dia 4 de Outubro de 1910, a história da implantação da República. Manuel Francisco, um lisboeta, era filho de António, um tipógrafo do “contra”, ou seja alguém que se opunha ao regime monárquico, ainda em vigor. Através da preocupação da criança com o pai, que era um dos revoltosos (civis e militares) instalados na Rotunda da Avenida (onde hoje fica o Marquês de Pombal), acompanhamos passo a passo os desenvolvimentos que levaram no dia seguinte à queda da monarquia.
Misturando o caso pessoal com o que se passava em Lisboa e no país, Letria elucida com clareza os mais jovens para este importante período da História de Portugal. São fornecidos dados e informações em quantidade suficiente para uma introdução à matéria e de uma forma cativante, capaz de despertar o interesse para a procura de mais pormenores sobre a revolução.
Curioso, no final, é o avanço no tempo até 1974, onde regressamos ao contacto com Manuel Francisco, agora já avô de uma criança de dez anos. Juntos, no 25 de Abril, no largo do Carmo, em Lisboa, vivem uma outra revolução que, como fez questão de frisar Manuel Francisco, só foi possível porque, tal como em 1910, “o povo veio para a rua apoiar os militares que decidiram fazê-la”.
O livro fica completo com uma tabela cronológica que, começando no 5 de Outubro de 1910, assinala com algum detalhe os principais acontecimentos que se seguiram, até 1913
Assinale-se que as ilustrações vivas e coloridas de Afonso Cruz tornam bastante mais cativante a leitura deste “A Minha Primeira República”."
(In Blog Porta Livros)
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