SINOPSE: "Uma cidade é devastada
por uma epidemia instantânea de "cegueira branca". Face a este surto
misterioso, os primeiros indivíduos a serem infectados são colocados
pelas autoridades governamentais em quarentena, num hospital abandonado.
Cada dia que passa aparecem mais pacientes, e esta recém-criada
"sociedade de cegos" entra em colapso. Tudo piora quando um grupo de
criminosos, mais poderoso fisicamente, se sobrepõe aos fracos,
racionando-lhes a comida e cometendo actos horríveis. Há, porém, uma
testemunha ocular a este pesadelo: uma mulher, cuja visão não foi
afectada por esta praga, que acompanha o seu marido cego para o asilo.
Ali, mantendo o seu segredo, ela guia sete desconhecidos que se tornam,
na sua essência, numa família. Ela leva-os para fora da quarentena em
direcção às ruas deprimentes da cidade, que viram todos os vestígios de
uma civilização entrar em colapso. A viagem destes é plena de perigos,
mas a mulher guia-os numa luta contra os piores desejos e fraquezas da
raça humana, abrindo-lhes a porta para um novo mundo de esperança, onde a
sua sobrevivência e redenção final reflectem a tenacidade do espírito
humano."
A opinião da Filipa
Palavras e frases que ouvi antes de pegar no livro:
"É uma seca!" "O gajo tem uma escrita que não se percebe nada".
"Demorei séculos a ler, boa sorte com isso." "O quê? Vais ler isso
agora?"
"Eu vi o filme antes e 'tá fixe". "Gostei muito" "É dos meus favoritos, deves pelo menos tentar." "É o meu autor favorito, espero que gostes tanto como eu" "Secaaaaaaaaa".
Então, é de esperar que estava com o meu cérebro em contradição, se por um lado queria muito ler, por outro, adiava a sua compra e posteriormente a sua leitura.
"Lutar foi sempre, mais ou menos, uma forma de cegueira..."
Até que... eis que chega 2016... e eu pensei... opa, vou já começar agora em Janeiro para se realmente não gostar, e me custar a ler, ter um ano inteiro para outras leituras me alegrarem.
Comecei, graças a votos de umas pessoas queridas a que pedi que me escolhessem a próxima leitura, então a primeira palavra é para elas: O-B-R-I-G-A-D-A por me escolherem "isto".
A distopia de Saramago (já lhe foi chamada assim ou estou a ser original?) é um tema que me assusta muito e de todas as que já li, foi sem dúvida a que fiquei com medo de vir a acontecer e se acontecesse como raio ia eu sobreviver sem comida? Ou sem papel higiénico? (só para quem leu, estas referências.)
Num dia como outro qualquer, no trânsito, na paragem de um sinal vermelho, um homem cega.
A típica impaciência matinal dos condutores, começa a soar, buzinas a todo o gás, instala-se o caos, enquanto dentro do carro, o homem esbraceja e grita o que lhe aconteceu. Até que alguém lhe acode.
E esse alguém, mais tarde também irá cegar.
Quando o primeiro cego e a mulher, consultam o oftalmologista, estão na sala de espera uma rapariga com óculos escuros, um idoso com uma venda num único olho e uma mãe com o seu filho estrábico. Passam à frente pois é um caso de urgência, de cegueira branca.
Os utentes refilam.
São estes, mais a recepcionista, mais a mulher do ofalmologista, a empregada do hotel, onde mais tarde a rapariga com óculos escuros vai "trabalhar", que, vão ser os personagens principais...
Adorei cada um deles.
A escrita de Saramago (que me foi descrita como não tendo pontuações (ERRADO)), foi fantástica e não precisei de tempo de habituação.
Uma escrita corrida, com diálogos no meio do texto.
O enredo, é este, um mundo em que toda a gente cega... excepto um... a (des)organização que isso acarreta. A falta de meios. A falta de tacto. A falta de vista. A falta de empatia. A falta de compreensão. O medo. O egoísmo e o salve-se quem puder.
Presentes! (com a mãozinha no ar)
"É desta massa que nós somos feitos, metade de indiferença e metade de ruindade."
Só não dou as CINCO ESTRELAS MERECIDAS pois queria outro final... e fiquei sem perceber se Saramago é ou não religioso. . . o significado "daquilo na igreja"...
E o significado da pessoa que não cegou... fiquei e ainda estou intrigada.
"O medo cega, disse a rapariga dos óculos escuros, São palavras certas, Já éramos cegos no momento em que cegámos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos, Quem está a falar, perguntou o médico, Um cego, respondeu a voz, só um cego, é o que temos aqui."
"Eu vi o filme antes e 'tá fixe". "Gostei muito" "É dos meus favoritos, deves pelo menos tentar." "É o meu autor favorito, espero que gostes tanto como eu" "Secaaaaaaaaa".
Então, é de esperar que estava com o meu cérebro em contradição, se por um lado queria muito ler, por outro, adiava a sua compra e posteriormente a sua leitura.
"Lutar foi sempre, mais ou menos, uma forma de cegueira..."
Até que... eis que chega 2016... e eu pensei... opa, vou já começar agora em Janeiro para se realmente não gostar, e me custar a ler, ter um ano inteiro para outras leituras me alegrarem.
Comecei, graças a votos de umas pessoas queridas a que pedi que me escolhessem a próxima leitura, então a primeira palavra é para elas: O-B-R-I-G-A-D-A por me escolherem "isto".
A distopia de Saramago (já lhe foi chamada assim ou estou a ser original?) é um tema que me assusta muito e de todas as que já li, foi sem dúvida a que fiquei com medo de vir a acontecer e se acontecesse como raio ia eu sobreviver sem comida? Ou sem papel higiénico? (só para quem leu, estas referências.)
Num dia como outro qualquer, no trânsito, na paragem de um sinal vermelho, um homem cega.
A típica impaciência matinal dos condutores, começa a soar, buzinas a todo o gás, instala-se o caos, enquanto dentro do carro, o homem esbraceja e grita o que lhe aconteceu. Até que alguém lhe acode.
E esse alguém, mais tarde também irá cegar.
Quando o primeiro cego e a mulher, consultam o oftalmologista, estão na sala de espera uma rapariga com óculos escuros, um idoso com uma venda num único olho e uma mãe com o seu filho estrábico. Passam à frente pois é um caso de urgência, de cegueira branca.
Os utentes refilam.
São estes, mais a recepcionista, mais a mulher do ofalmologista, a empregada do hotel, onde mais tarde a rapariga com óculos escuros vai "trabalhar", que, vão ser os personagens principais...
Adorei cada um deles.
A escrita de Saramago (que me foi descrita como não tendo pontuações (ERRADO)), foi fantástica e não precisei de tempo de habituação.
Uma escrita corrida, com diálogos no meio do texto.
O enredo, é este, um mundo em que toda a gente cega... excepto um... a (des)organização que isso acarreta. A falta de meios. A falta de tacto. A falta de vista. A falta de empatia. A falta de compreensão. O medo. O egoísmo e o salve-se quem puder.
Presentes! (com a mãozinha no ar)
"É desta massa que nós somos feitos, metade de indiferença e metade de ruindade."
Só não dou as CINCO ESTRELAS MERECIDAS pois queria outro final... e fiquei sem perceber se Saramago é ou não religioso. . . o significado "daquilo na igreja"...
E o significado da pessoa que não cegou... fiquei e ainda estou intrigada.
"O medo cega, disse a rapariga dos óculos escuros, São palavras certas, Já éramos cegos no momento em que cegámos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos, Quem está a falar, perguntou o médico, Um cego, respondeu a voz, só um cego, é o que temos aqui."
Saramago é e sempre será o meu deus literário, o autor da minha vida.
ResponderEliminarLi O ensaio sobre a cegueira há quase 20 anos e lembro-me como se fosse hoje da sofreguidão com que devorei as suas páginas. É uma narrativa extraordinária, sublime, como tudo o que saiu da mão genial do seu autor.
Bem-vinda ao mundo saramaguiano!
Ana Lopes - http://osabordosmeuslivros.blogspot.com/
eheh obrigada :P foi mesmo espectacular e se leste há 20 anos e ainda hoje te sentes assim... uau. É um livro uau mesmo.
EliminarVou querer ler mais sem dúvida alguma :D
Beijinhos Ana**
Eu também ia com receio do livro, mas adorei!!! Mas foi forte: tinha de fazer intervalos na leitura porque estava a entrar demasiado no enredo e era assustador. :p
ResponderEliminarJá me disseram que se adorei o livro não devo ler a continuação ("Ensaio sobre a lucidez")
Sim, confesso que Ensaio sobre a Lucidez é um dos dos livros menos conseguidos de Saramago e que nada trazem de novo ao impacto que deixa em nós Ensaio sobre a cegueira!
EliminarEspero que leias outros de Saramago, porque valem mesmo a pena :)
Percebo o que queres dizer Ângela, é um livro fantástico e assustador na mesma medida, e que vale tanto mas tanto a pena.
EliminarNão sei se lerei a sua continuação, mas vou ler mais do autor e espero que ainda este ano, vamos ver!
Beijinhos Ângela**