0% de ADN
Viver noutro corpo,
Esquecido de quem foi antes de mim
Viver assim sem ser eu, nem ele, nem ninguém
Viver simplesmente
Sem sonhos de gente
Sem ânsias de dor,
Sem medo,
Sem a escravidão a que me obriga o nome
Que no corpo trago pegado.
Ai, ser nada, ser ninguém
Andar sem ser achado
E sem encontrar outrem.
Não ter género e não fazer género.
Não ser ele, nem ela,
Tão pouco hermafrodita.
Ser apenas o olhar perdido no regato
Que se fará ribeira e depois mar.
Fátima Marinho
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