Prémio LeYa 2011
SINOPSE: "Tudo começa com um homem saindo de casa, armado, numa madrugada fria. Mas do que o move só saberemos quase no fim, por uma carta escrita de outro continente. Ou talvez nem aí. Parece, afinal, mais importante a história do doutor Augusto Mendes, o médico que o tratou quarenta anos antes, quando lho levaram ao consultório muito ferido. Ou do seu filho António, que fez duas comissões em África e conheceu a madrinha de guerra numa livraria. Ou mesmo do neto, Duarte, que um dia andou de bicicleta todo nu.
Através de episódios aparentemente autónomos - e tendo como ponto de partida a Revolução de 1974 -, este romance constrói a história de uma família marcada pelos longos anos de ditadura, pela repressão política, pela guerra colonial.
Duarte, cuja infância se desenrola já sob os auspícios de Abril, cresce envolto nessas memórias alheias - muitas vezes traumáticas, muitas vezes obscuras - que formam uma espécie de trama onde um qualquer segredo se esconde. Dotado de enorme talento, pianista precoce e prodigioso, afigura-se como o elemento capaz de suscitar todas as esperanças. Mas terá a sua arte essa capacidade redentora, ou revelar-se-á, ela própria, lugar propício a novos e inesperados conflitos?"
SINOPSE: "Tudo começa com um homem saindo de casa, armado, numa madrugada fria. Mas do que o move só saberemos quase no fim, por uma carta escrita de outro continente. Ou talvez nem aí. Parece, afinal, mais importante a história do doutor Augusto Mendes, o médico que o tratou quarenta anos antes, quando lho levaram ao consultório muito ferido. Ou do seu filho António, que fez duas comissões em África e conheceu a madrinha de guerra numa livraria. Ou mesmo do neto, Duarte, que um dia andou de bicicleta todo nu.
Através de episódios aparentemente autónomos - e tendo como ponto de partida a Revolução de 1974 -, este romance constrói a história de uma família marcada pelos longos anos de ditadura, pela repressão política, pela guerra colonial.
Duarte, cuja infância se desenrola já sob os auspícios de Abril, cresce envolto nessas memórias alheias - muitas vezes traumáticas, muitas vezes obscuras - que formam uma espécie de trama onde um qualquer segredo se esconde. Dotado de enorme talento, pianista precoce e prodigioso, afigura-se como o elemento capaz de suscitar todas as esperanças. Mas terá a sua arte essa capacidade redentora, ou revelar-se-á, ela própria, lugar propício a novos e inesperados conflitos?"
A minha opinião
O teu rosto será o último, fala-nos de liberdade, de esperança e de memórias em português.
O tema agradou-me e fez-me recordar “as vidas” na minha aldeia, no interior alentejano. Fez-me recordar aquela madrugada de abril de 1974 que tanta importância teve no seio da minha comunidade. Eu cresci “livre” a partir dessa data, mas antes vivi muitos momentos idênticos aos descritos, porque a minha família viveu a ditadura com filhos e irmãos na guerra e outros a fugir dela, no estrangeiro. Assisti a funerais de militares da terra sem entender porque iam para tão longe lutar e porque voltavam dessa forma, sem poderem ser vistos. Vivi o medo e o terror das notícias que chegavam a casa, dos carros pretos e dos desconhecidos que vagueavam pelas ruas; vivi a prisão das alegrias, dos sorrisos e dos pensamentos, vivi a incompreensão das palavras sussurradas e dos gritos de revolta presos nas gargantas, … Havia tantos porquês, tantos ondes, tantos para quês, que não eram respondidos, por medo talvez! Depois daquela madrugada as portas do meu pequeno mundo abriram-se e o sol brilhou de forma diferente para todos. São momentos e emoções difíceis de transmitir, mas vividas com tal intensidade que hoje ainda perduram. Realmente a vida é uma soma de momentos no tempo, uma soma de princípios, meios e fins. As famílias são uma soma de pessoas, de lugares, de circunstâncias e acontecimentos que só têm sentido quando encaixam, quando fazem parte da nossa realidade e posteriormente da nossa memória.
O livro falou-me ao coração, sem rodeios, encontrei-me e recordei-me nestas páginas!
O livro falou-me ao coração, sem rodeios, encontrei-me e recordei-me nestas páginas!
Adorei ler esta estória, perdão, estas estórias. O livro é composto por um emaranhado de estórias que se interligam, ao longo da narrativa, e que formam um todo com sentido. São pequenos pedaços, que nos parecem únicos, mas que se ligam, se tocam, por vezes apenas tangentemente para construir a estória em si. Sem estes pedaços, aparentemente desnecessários, a história não teria sentido e são eles que nos prendem à leitura quase compulsivamente. E o final, mais ou menos aberto, é muito bom, porque na vida nem tudo tem resposta, nem tudo fica resolvido.
Gostei muito da escrita do autor, dispensava apenas os palavrões, achei demais! Parece-me que é um livro de amor/ódio, ou se gosta ou não se gosta, não me parece que agrade a gregos e troianos, mas não será esse o objetivo, penso eu!
Para mim é uma escrita diferente, bela, frontal, intensa, que irá marcar sem dúvida o panorama literário português e ainda está em evolução, claramente. Uma agradável surpresa!
Gostei muito da escrita do autor, dispensava apenas os palavrões, achei demais! Parece-me que é um livro de amor/ódio, ou se gosta ou não se gosta, não me parece que agrade a gregos e troianos, mas não será esse o objetivo, penso eu!
Para mim é uma escrita diferente, bela, frontal, intensa, que irá marcar sem dúvida o panorama literário português e ainda está em evolução, claramente. Uma agradável surpresa!
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