Deixei secar as flores
dentro do livro que a vida me ofereceu
Adormeci num sono profundo...na luz que cegou a escuridão
Na voragem do tempo secaram as flores que o destino me deu
No entardecer da Primavera...ficou uma rosa chamada solidão
Deixei escorrer o tempo na concha das minhas mãos vazias
Provei do cálice o veneno mais amargo feito de cicuta e fel
Entrelacei amor com dor e partilhei com a noite a melancolia
Esqueci a volúpia do desejo...apaguei a chama na minha pele
Deixei secar o rio que corria no meu corpo na margem da dor
Como se fosse a última lágrima a beijar cada pedaço de mim
Num imenso caudal de páginas brancas onde escrevi o amor
Neste corpo de ninguém...de onde nem cheguei e nem parti
Deixei adormecer este corpo que me veste na porta da vida
Numa prisão secreta onde deixei parar meu pobre coração
Nesse frágil sopro de um instante em que fui morte vivida
Nesta estrada por onde caminho...entre a luz e a escuridão
Deixei anoitecer todos os sonhos nas asas feridas da ilusão
Num grito incontido do meu corpo vestido de silêncio e frio
Num eu que já não me pertence...na vida a soltar-se da mão
Um punhado de fantasias com que adormeço o meu vazio
Deixei que a noite descesse sobre mim...tenebrosa e escura
Gastei o tempo renascendo e morrendo...prisioneira de mim
Guardei os despojos de quem fui e todas as gotas de ternura
Com que engano a solidão do meu corpo vestido de carmim
Adormeci num sono profundo...na luz que cegou a escuridão
Na voragem do tempo secaram as flores que o destino me deu
No entardecer da Primavera...ficou uma rosa chamada solidão
Deixei escorrer o tempo na concha das minhas mãos vazias
Provei do cálice o veneno mais amargo feito de cicuta e fel
Entrelacei amor com dor e partilhei com a noite a melancolia
Esqueci a volúpia do desejo...apaguei a chama na minha pele
Deixei secar o rio que corria no meu corpo na margem da dor
Como se fosse a última lágrima a beijar cada pedaço de mim
Num imenso caudal de páginas brancas onde escrevi o amor
Neste corpo de ninguém...de onde nem cheguei e nem parti
Deixei adormecer este corpo que me veste na porta da vida
Numa prisão secreta onde deixei parar meu pobre coração
Nesse frágil sopro de um instante em que fui morte vivida
Nesta estrada por onde caminho...entre a luz e a escuridão
Deixei anoitecer todos os sonhos nas asas feridas da ilusão
Num grito incontido do meu corpo vestido de silêncio e frio
Num eu que já não me pertence...na vida a soltar-se da mão
Um punhado de fantasias com que adormeço o meu vazio
Deixei que a noite descesse sobre mim...tenebrosa e escura
Gastei o tempo renascendo e morrendo...prisioneira de mim
Guardei os despojos de quem fui e todas as gotas de ternura
Com que engano a solidão do meu corpo vestido de carmim
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