Dou-te esta prosa, quase verso,
rasgada
nos olhares do sol.
Aparto, da gramática, as paredes vazias
que ocultam o germinar de vozes famintas
por rasgar o ventre das pedras,
e do seu interior fazer parir o sol
com que desenharei as letras do poema,
neste caminho por construir.
São as palavras vertidas nos versos da minha loucura…
Ausento-me do cansaço dos gestos
e por vezes caio na descrença das palavras
com que folheio os vagos instantes dos insensatos dias
que marcaram desejos vãos no calendário do tempo.
Caminho na orla do silêncio
e o tempo dos sonhos refugia-se
nos gritos agónicos da ausência,
onde se acendem fulgores secretos
porque após a morte e a ausência também há vida.
Tange teu corpo nu colado ao meu
em horizontal planície ondulante e verde,
onde espigam os sonhos
respirando a vida em cantos libertos das algemas.
Voam os pássaros livres
levando nos nossos olhares húmidos
réstias de sombras de medo sangrento e mudo,
e o vento sopra sobre o nosso deserto,
desflora cabeleiras, estremece árvores de ternura
solta a liberdade nos pulsos
e o tempo ressuscita o lume e o sol.
Parai! – e dizei-me o que há de mais puro
no coração ávido que anseia a água da vida e o ser,
senão a poesia.
Olá Clarinda, tudo bem?
ResponderEliminarEstou pensando em fazer comparações de capas de livros para outro blog e para o meu tb, gostaria que vc me ajudasse se necesário, vc pode me dar mais essa forcinha?
bjs,
Amanda