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domingo, 6 de dezembro de 2015

Escrevo a Vida















Deixei secar as flores dentro do livro que a vida me ofereceu
Adormeci num sono profundo...na luz que cegou a escuridão
Na voragem do tempo secaram as flores que o destino me deu
No entardecer da Primavera...ficou uma rosa chamada solidão

Deixei escorrer o tempo na concha das minhas mãos vazias
Provei do cálice o veneno mais amargo feito de cicuta e fel
Entrelacei amor com dor e partilhei com a noite a melancolia
Esqueci a volúpia do desejo...apaguei a chama na minha pele

Deixei secar o rio que corria no meu corpo na margem da dor
Como se fosse a última lágrima a beijar cada pedaço de mim
Num imenso caudal de páginas brancas onde escrevi o amor
Neste corpo de ninguém...de onde nem cheguei e nem parti

Deixei adormecer este corpo que me veste na porta da vida
Numa prisão secreta onde deixei parar meu pobre coração
Nesse frágil sopro de um instante em que fui morte vivida
Nesta estrada por onde caminho...entre a luz e a escuridão

Deixei anoitecer todos os sonhos nas asas feridas da ilusão
Num grito incontido do meu corpo vestido de silêncio e frio
Num eu que já não me pertence...na vida a soltar-se da mão
Um punhado de fantasias com que adormeço o meu vazio

Deixei que a noite descesse sobre mim...tenebrosa e escura
Gastei o tempo renascendo e morrendo...prisioneira de mim
Guardei os despojos de quem fui e todas as gotas de ternura
Com que engano a solidão do meu corpo vestido de carmim

sábado, 9 de agosto de 2014

Que o silêncio...se faça pedra















Que o silêncio seja o único acorde deste verso de mágoa e dor

Tatuado a fogo no meu corpo...na solidão de tanta noite despida

No eco da memória que me resta...nas águas inquietas do amor

Na voragem do tempo...que o silêncio seja uma palavra perdida



Que o silêncio seja o encontro das bocas que ficaram por beijar

Dos desejos que ficaram por cumprir na lápide das coisas vazias

Na noite onde adormecem os medos...no meu corpo a naufragar

Em completa rendição a esse corpo entrego o silêncio dos dias



Que o silêncio seja o tecto branco da noite onde o sol adormece

Quando a luz se esvai do meu olhar e a morte se crava no peito

Na fronteira difusa desse silêncio onde a minha sombra anoitece

Etérea...triste...nua...adormecida sobre os espinhos do meu leito



Que o silêncio seja o eco das coisas perdidas por dentro de mim

Vendaval de emoções submersas na noite que me escorre da pele

Na obscura solidão do tempo...como se tivesse um nome...ou fim

Na renúncia dos sentidos...de negro visto o meu corpo de mulher



Que o silêncio seja o incêndio de todas as palavras por dizer

A alvorada de todos os gritos que nunca se souberam calar

A renúncia de todos os corpos que morreram ao entardecer

O veludo de todos os beijos de amor que ficaram por dar



Que o silêncio se faça pedra...na escuridão profunda da noite

Que seja o eco do sepulcro onde os meus sonhos naufragaram

Que a terra amortalhe esse corpo que jaz morto antes da morte

Que o mar engula os destroços dos restos que de mim ficaram


sábado, 24 de maio de 2014

É na noite que me abraço




















É na noite que me abraço e que de solidão me inundo
Que sinto o meu corpo em sangue e pulsa em mim a dor
É na noite...que grita em mim este eterno silêncio mudo
Que poisa em mim a nostalgia...que te chamo meu amor

É na noite que não te tenho...é na noite que te invento
Que te chamo e que a ilusão se veste de desencanto
É na noite...que te sinto e que te grito o meu lamento
Que te escrevo e te lembro...que o amor se faz pranto

É na noite...que não te tenho...é na noite que te espero
Que procuro o teu olhar perdido no silêncio do vento
É na noite...que me perco de mim e o meu corpo velo
Que me inundam de solidão os espinhos do meu leito

É na noite...que no meu rosto frio se desenha a tristeza
O meu corpo entra em devaneio e navega sem destino
É na noite...que é um mar de ilusão...te chama e deseja
E que os meus braços vazios te procuram com carinho

É na noite...que não sei quem sou...que a dor me inunda
E os fantasmas que me seguem na minha cama se deitam
É na noite...que no meu sonho me envolvo na penumbra
E renasce a solidão e os meus lábios de vazio se enfeitam

É na noite...que a poesia em mim navega...me desnuda
Que me escrevo e as palavras se arrastam mudas no chão
É na noite...que das minhas mãos se solta uma prece muda
Que o silêncio é maior e o meu corpo é bruma na escuridão



 

sábado, 25 de janeiro de 2014

Tateio a escuridão...nada vejo



 
















No meu olhar há uma casa sem janelas para lugar nenhum
Sombras pairando no tempo...desenhando os meus passos
Na penumbra da minha pele...são espectros de sombra e luz
Pairando sobre o meu corpo...amordaçando os meus braços

No lugar mais profundo da solidão...no mais ermo da vida
Na viela mais escura da noite...no deambular mais errante
Flutua a minha alma nos umbrais da escuridão... perdida
Entre o tempo e o espaço...no lamento dum eterno instante

Na bruma habitam os sonhos...no espaço breve do tempo
Num lugar recondito da noite...no regaço frio da ausência
Nesse abrigo perpétuo...crepuscular sonho dum momento
Em que me perco e me encontro longe da minha presença

Num lugar frio e distante...cai sobre mim a noite dolente
Adormecendo no meu corpo...sonhando nos meus braços
Pisando os meus anseios...anoitecendo a vida lentamente
Ecoando silêncios mudos...murmurando os meus cansaços

Nas minhas mãos prendo restos de nada...pedaços de mim
Farrapos de sonhos...fiapos de sal e mágoa no meu corpo
Pingos de chuva no meu olhar...pedaços de luar que perdi
Na lonjura onde caminho...esquecendo-me pouco a pouco

Tateio a escuridão...nada vejo...nem a minha alma encontro
Nem uma estrela fugaz que alumie um instante este caminho
Neste labirinto longo e profundo...na ausência do meu corpo
Onde vou tecendo tristemente a vida com os laços do destino
                                                    


                                                                                             Rosa Maria

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Morreste em mim...














 
Morreste em mim...morremos um no outro tão ausentes
Assistindo à minha morte e brindando com cicuta à solidão
Como um pássaro cativo lanço à terra as minhas correntes
Sem saber quem sou ou se existo...se sou real ou só ilusão

Morreste em mim...e eu continuo morrendo em cada noite
Sem saber por onde caminhei...tão perto e tão longe de ti
Com o coração entre as mãos e o corpo afagando a morte
Adormecendo a noite que se deita comigo...vazia de mim

Morreste em mim...deixei de esperar por uma noite de amor
Que me gelou o corpo que foi lume...sangue que foi paixão
Orgasmo que foi desejo...escorrendo do meu corpo em flor
E hoje é o lugar sombrio que tu habitas...apenas recordação

Morreste em mim...tristemente como uma noite sem braços
Tocando dolorosamente a minha pele...sedenta e abandonada
Onde adormeceram as tuas mãos e nasceram os meus cansaços
Foi aí que morreste em mim...no frio que habita a madrugada

Morreste em mim...num lugar sombrio em que estás sem estar
Nas rosas que me deste cobertas de espinhos e perfume de dor
Neste silêncio que nos une...no tudo que me deste sem me dar
Nas noites em que morri em mim...solitária e prenhe de amor

Morreste em mim...quebrei as correntes...cumpri a minha pena
Deixei que as folhas mortas do Outono cobrissem o meu leito
Envolvi-me com o vestido vermelho do amor e esperei serena
Que as rosas que me adornaram voltassem a florir no meu peito



quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Canto nos meus versos... Segredos da pele



















Canto nos meus versos...restos de auroras...giestas em flor
Entre a sombra e a escuridão...escrevo a mágoa e o pranto
Gritando silêncios profundos...escrevo a renúncia e o amor
Descrevo a sangue a cor da noite...vestida de negro manto

Canto nos meus versos...a minha planície...a doce planura
O ventre da terra...o ondular das searas...o eco da solidão
O sargaço das horas mortas...a insónia da noite...a ternura
Do meu corpo de menina... raizes profundas do meu chão

Canto nos meu versos o som do silêncio por dentro da noite
A solidão da carne...o pranto das rosas à luz do entardecer
O despertar da Primavera na voz do vento...a água da fonte
A tristeza duma lágrima perdida no meu corpo a adormecer

Canto nos meus versos...este rio sedento que corre em mim
Soluçando o amor...num canto qualquer...duma rua escura
Na melancolia triste dos dias imensos...das noites sem fim
No limbo dos meus sonhos perdidos...bebendo a amargura

Canto nos meus versos...o silêncio das rosas...a sombra da lua
O corpo despido...envolto nos lençóis de mágoa da madrugada
Carregado de ilusões de um desejo já ardido...na noite tão nua
Embalando a nudez desse corpo noite...dessa chama apagada

Canto nos meus versos...murmúrios de vento..segredos da pele
Efémeras memórias de noites de sol que prendi na minha mão
Sonhos e devaneios que o corpo gritou e louca escrevi no papel
Perdida e liberta...canto no meus versos...do amor a solidão



quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Quem me tira esta dor ...



















Quem está dentro de mim...quem habita o meu corpo
De quem é a voz que me chama...que grita e emudece
De quem são os passos...ecoando em mim um grito rouco
De quem é o rosto...que me olha...me acaricia e esquece

De quem é este nome que ouço...esta dor que me rasga
De quem é esta sombra...que na noite me visita...me fere
De quem é este sangue que escorre dos dedos como lava
Quem é que mora em mim...que eu quero e não me quer

De quem fujo não sei...talvez da sombra...de mim ou da morte
E este frio que me persegue...e esta noite que em mim nasceu
E este sonho...este mar de ilusão...este ser e não ser sem norte
E este véu de eterna melancolia...que no meu corpo se prendeu

Quem toca a minha pele e não a sente...quem esquece o tempo
Quem olha o meu rosto...entre a luz e a sombra...e não o vê
Quem toca as minhas mãos...e não sente a dor do meu lamento
E esta tempestade no meu peito...que me rasga como o vento

Quem me tira esta dor...este mar que escorre do meu olhar
Quem tira do meu corpo esta mágoa...esta eterna amargura
Quem me ensina o caminho do céu...o caminho do (a)mar
Quem tira do meu rosto a noite...quem me leva esta loucura

De quem são as lágrimas que me inundam...me levam a luz
Quem me sepultou a esperança...quem me rasgou o peito
Quem lavrou no meu corpo esta ausência e deixou esta cruz
De quem é este corpo ausente...que se deita no meu leito


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Noite minha amante...




Noite minha amante...que voluptuosamente me abraças
Silenciosamente te entrego o meu corpo...tão cansado
Ternamente me possuis e na tua escuridão me enlaças
Vestida de negro...choro e canto nesta dor o meu fado

Hoje a dor me asfixia...um sorriso amargo...uma lágrima
Deixem-me chorar...quero soltar ao céu o meu lamento
Hoje o passado me dói...e o futuro veste-se de mágoa
Hoje deixem-me só...quero gritar a minha dor ao vento

Não chorem por mim...não me lamentem...triste louca
Deixem-me na treva...não toquem este corpo sem vida
Perdida e sem rumo...na poeira do tempo vago envolta
Caminhando entre as pedras...tão magoada...tão ferida

Sou o manto da noite...vagueio num abismo profundo
Não sei quem sou...quem fui...é na treva que habito
Calei o meu grito...amortalhei-me...cheguei ao fundo
Silenciei o meu corpo...calei a voz e morri...nada sinto

Envolta no negro manto a ti morte...serena me entrego
No meu peito tudo é escuridão...tudo é tristeza e nada
Neste lamento me vou e deste mundo nem saudade levo
Entre preces e soluços...ao tempo deixo a minha mágoa

Vestida de brocado...negra nuvem...minha solidão
Suave sopro de vida...além da margem...além da dor
Vazios eternos...escorrem tão tristes...da minha mão
Rasgando a alma e o corpo...um triste poema de amor


Rosa Maria

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Vendaval...


Vendaval...

E este vendaval bramindo no meu corpo...esta noite despida
E este fogo lento que me envolve...e esta cama de espinhos
E estes lençóis tecidos de amargura...e esta morte em vida
E este abismo sem luz por onde vagueio...e estes caminhos

E este silêncio que se fez mágoa...e as palavras rasgadas
E esta sombra que me anoitece o olhar...e o peso do vazio

E este sal que me corre nas veias...as lágrimas sufocadas
E estes braços sem mim...estas mãos sem nada...este frio

E este céu negro que me envolve...este corpo amordaçado
E esta madrugada que me doi...que me queima e entristece
E esta ansia de ser...este desejo de querer...este triste fado
E esta vida que não passa...e esta noite que não amanhece

E este desejo que me encendeia o corpo...que me fere a alma
E este amor de carne...este vestido de vento...este mar bravio
E esta mulher voando nas asas de um condor na noite calma
E esta cama feita de restos...estas rosas secas...este corpo frio

E a negrura da noite...as dores...as flores...este meu cansaço
E esta dança fúnebre...dolente...por onde vagueio sem chegar
E estas sombras na noite...que são o abraço onde me enlaço
E esta lágrima que escorre por dentro de mim...e este mar

E este vento que me arrasta...anunciando a tempestade
E esta vida que gastei...e esta agonia que me queima
E este rosto que murmura...as cinzas de uma saudade
E este sorriso inventado...esta dor que em mim teima


RosaMaria

quarta-feira, 10 de abril de 2013

A dor do poeta



A dor do Poeta...

Gritam na noite as sombras...as feridas do poeta...as rosas
Chovem no peito os infernos...na alma do poeta chora a dor
Nuvens negras o envolvem...chamas de fogo negras vaporosas
São as sombras...as tristes sombras...são os fantasmas do amor

Brinca com a dor o poeta...nas mãos vazias prende uma lágrima
Os braços já não são asas...os sonhos deixaram de ser fantasia
A boca sabe-lhe a sal...o dia deixou de ser dia...é apenas mágoa
Deixou de fazer versos ao luar...embala na noite a melancolia

O poeta finge a morte...esquece a vida...sem limite se entrega
Envelhece na solidão da noite...amanhece nos braços da poesia
Sacia a sede de amor...nas vielas para onde a escuridão o leva
Caminha em vão o poeta...no olhar leva uma prece de agonia

O leito do poeta é frio...o silêncio é voz..de ausência são as mãos
O rosto já não é rosto é tempo...o olhar fez-se pedra...endureceu
Veste-se e despe-se...perfuma-se de incenso...abandona a ilusão
Pisa as rosas entre os dedos...sepulta e esvazia tudo o que doeu

No peito do poeta jazem sem vida...as folhas mortas da paixão
A tristeza e melancolia dos dias de Outono...a pálida luz do luar
A eternidade prometida que não vem...o poeta tem na boca solidão
À noite dá o seu leito de espinhos...os seus braços entrega ao mar

No rosto do poeta há distância...voa errante o pensamento
A noite é escura...o dia é bruma...as madrugadas são nostalgia
O cio já não é desejo...as mãos não são carícia...são lamento
A rua não é caminho...é abismo...os instantes não são alegria


Rosa Maria

sábado, 26 de janeiro de 2013

Desvenda-me



Desvenda-me...

Desvenda-me...sou amor e sou amante...renúncia e desejo
Olha-me...sou a luz e a sombra...sou um grito de saudade
Desvenda-me...brisa e tempestade...a ternura de um beijo
Na profunda noite...toma-me...sou uma gota de eternidade

Desvenda-me... no meu rosto...no fundo da minha alma
No anoitecer do meu corpo nas folhas secas do meu peito
Na melancolia dum sorriso...no deslizar de uma lágrima
Desvenda-me...nos retalhos do meu coração...desfeito

Desvenda-me...no vazio dos meus braços enlaçando o céu
Tocando o inferno das almas...abrigo das minhas mágoas
Desvenda-me...em cada poema...em cada palavra sou eu
Primavera anoitecida...nuvem negra chovendo lágrimas

Desvenda-me...sou eu...amor e dor...céu negro e inferno
Olha-me...sou o mar dos meus olhos...sou o sol a morrer
Segredos e medos...cinza e fogo...sou um amor eterno
Desvenda-me...sou a ternura e a tristeza do entardecer

Desvenda-me...pétala amargurada...morrendo lentamente
Sou da noite o fantasma...sou da madrugada a escuridão
Olha-me...sou o teu silêncio...quem te chama docemente
Desvenda-me...sou sol e chuva...o Inverno duma ilusão

Desvenda-me...sou uma gota de vazio...a lua entristecida
Olha-me...sou o que escrevo...o teu eterno amanhecer
Sou a ternura de um beijo...uma derradeira gota de vida
Desvenda-me...sou sonho e pesadelo...uma rosa a morrer

Desvenda-me...despe-me o negro vestido da desilusão
Olha-me bem fundo...guarda do meu rosto uma lágrima
Desnuda-me...veste-me meu amor o vermelho da paixão
Desvenda-me...sou o lamento dum fado vestido de mágoa

Desvenda-me...sou mulher e menina...sou vulcão e ternura
Lê-me...em cada palavra sou eu...sombra e sol...noite e luar
Estou nas entrelinhas de cada letra...sou emoção e amargura
Sou paixão e sou desejo...sou tempestade...sou vento e mar

sábado, 22 de dezembro de 2012

É noite no meu país

Um desbafo da poetisa que reflete sentimentos comuns.
Um desejo de um futuro melhor!




É noite no meu País...

É noite no meu País...no rosto dos nossos filhos há tristeza
É de desesperança o caminho...sem presente e sem futuro
Segue em frente sem medo...gritando em coro a incerteza
Rompe as correntes...derruba com a voz da razão esse muro

É noite no meu País...há desalento nos olhos do meu povo
Raiada de negro...desfralda-se ao vento a minha bandeira
Já nem é cor de esperança nem de sangue...tinge-a de novo
Com as belas cores rubras...sacode-lhe do orgulho a poeira

É noite no meu País...leva meu povo a revolta a passear
Solta as palavras que guardaste para o tempo de liberdade
Levanta a tua mão e acusa quem os teus filhos está a roubar
Não sorrias magoado...planta enfim os cravos da igualdade

É noite no meu País...é Inverno na alma do meu nobre povo
Tangem sinos de descrença...levanta os braços cansados e luta
Pelo Portugal prometido...fá-lo das cinzas renascer de novo
Unidos na mesma crença...bebendo do mesmo copo a sicuta

É noite no meu País...a madrugada dos cravos está morrendo
O pão dos teus filhos está minguando...o sol deixou de brilhar
Com a indiferença dos verdugos deste povo...sempre crescendo
Caminha sem medo meu povo com um grito de revolta no olhar

                No límite das forças...no fio da navalha
                Assim caminhas meu País...desencantado
               Vilipendiado e vendido pela escumalha
               Grita meu povo por um Portugal libertado


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Pudesse eu...encontrar-me perdida















Pudesse eu...encontrar-me perdida

Pudesse eu encontrar-me na escuridão da noite perdida
Onde emudecem todos os sonhos...nesse céu tão distante
Onde voo sem ter asas...longe de mim...da vida esquecida
Na distância dos teus lábios que pudesse ter num instante

Pudesse meu triste olhar desfazer o nevoeiro que o cegou
Os meus passos encontrarem o caminho dos teus passos
Nas minhas mãos prender o momento que o tempo calou
Pudesse eu envolver o meu cansado corpo nos teus braços

Pudesse eu ser chegada e não este sol poente a entardecer
Inventar-me e inventar-te na solidão que me cobre o corpo
Na mudez dos gestos...pudesse eu meu amor em ti anoitecer
Pudesse eu morrer para renascer das cinzas que foram fogo

Pudesse eu deitar-me sobre o silêncio e os sonhos adormecer
Prender nas mãos o poente...ser da noite um eterno momento
Tatuar na minha pele o amor...pudesse eu a solidão esquecer
Nas noites em que te sonhei...nos sorrisos que perdi no tempo

Pudesse eu fazer brilhar estrelas na noite e sorrisos no meu rosto
Na ausência do teu corpo...pudesse meu amor fazer-me alvorada
Percorrer os caminhos sem sombras...despir do olhar o sol posto
Pudesse fazer brilhar a lua nos meus olhos e inventar a madrugada

Pudessem as minhas frágeis asas romper espaços...no céu voar
Fazer amor como se fosse a primeira vez...nos lençóis da ilusão
Murmurar o teu nome docemente...voltar novamente a sonhar
Na sombra da lua caminhar...prender na minha mão a tua mão

sábado, 13 de outubro de 2012

Escrevo-me













Escrevo-me...

O que escrevo...não escrevo para ninguém...só me descrevo
Apenas um orgasmo amordaçado...lençol feito de palavras
Uma melodia fúnebre...véu de escuridão onde me embebo
Gota a gota...escorre o silêncio dos meus dedos como lava

O que escrevo...é a escuridão onde me afundei...sou eu
Sou um erro...o avesso de tudo o que quiz...apenas poeira
Sou a sombra do meu chão...sou um corpo que anoiteceu
Restos de momentos vazios...uma alma sem eira nem beira

O que escrevo...são folhas soltas ao vento...minha solidão
Páginas negras que escrevi...rimas nefastas que guardei
Livro amarelecido do meu destino...preso na minha mão
Vagando no sonho...envolta na noite...não me encontrei

O que escrevo...são restos de luz e sombras...tudo e nada
Vendaval de palavras...solidão da mulher...punhal da poesia
Um murmúrio...uma prece muda...na minha alma sufocada
Rio obscuro de palavras envoltas em triste e doce melodia

O que escrevo...é o sangue que escorre da palavra ferida
Retalhos do coração...as entrelinhas do que fui...do que sou
Um adeus mudo...uma esperança adiada...uma rima perdida
Livro por escrever...uma história de amor que o vento levou

O que escrevo...não é para ti meu amor...é para a dor
Que tomba do meu peito...que cai triste do meu olhar
Uma melodia em silêncio...escrita num campo em flor
O que escrevo...são restos de mim...doloroso caminhar

Rosa Maria


Gostaram do poema?! Eu adoro a escrita desta escritora/poetisa.
Agradeço a atenção da Rosa Maria e, mais uma vez obrigada por me deixar publicar aqui os seus desbafos e sentimentos, registados nas palavras que escreve.
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