A dor do Poeta...
Gritam na noite as sombras...as feridas do poeta...as rosas
Chovem no peito os infernos...na alma do poeta chora a dor
Nuvens negras o envolvem...chamas de fogo negras vaporosas
São as sombras...as tristes sombras...são os fantasmas do amor
Brinca com a dor o poeta...nas mãos vazias prende uma lágrima
Os braços já não são asas...os sonhos deixaram de ser fantasia
A boca sabe-lhe a sal...o dia deixou de ser dia...é apenas mágoa
Deixou de fazer versos ao luar...embala na noite a melancolia
O poeta finge a morte...esquece a vida...sem limite se entrega
Envelhece na solidão da noite...amanhece nos braços da poesia
Sacia a sede de amor...nas vielas para onde a escuridão o leva
Caminha em vão o poeta...no olhar leva uma prece de agonia
O leito do poeta é frio...o silêncio é voz..de ausência são as mãos
O rosto já não é rosto é tempo...o olhar fez-se pedra...endureceu
Veste-se e despe-se...perfuma-se de incenso...abandona a ilusão
Pisa as rosas entre os dedos...sepulta e esvazia tudo o que doeu
No peito do poeta jazem sem vida...as folhas mortas da paixão
A tristeza e melancolia dos dias de Outono...a pálida luz do luar
A eternidade prometida que não vem...o poeta tem na boca solidão
À noite dá o seu leito de espinhos...os seus braços entrega ao mar
No rosto do poeta há distância...voa errante o pensamento
A noite é escura...o dia é bruma...as madrugadas são nostalgia
O cio já não é desejo...as mãos não são carícia...são lamento
A rua não é caminho...é abismo...os instantes não são alegria
Rosa Maria
Olá Clarinda.
ResponderEliminarAdorei o poema, é realmente lindo!
Obrigada por partilhares sempre coisas assim tão lindas.
Beijinhos e boas leituras**