Pelas tardes
de Setembro
quando à
tarde o sol esmorece a exígua luz
e a luz se
desfaz na penumbra dos meus olhos,
há um rumor
no ar alucinado,
uma labareda
de adultas asas de insectos adejando
o assombro
que trará a bruma
às sombras
da fatal melancolia.
São os ecos
dum naufrágio anunciado
em
dissertações da ciência do tempo,
os
sedimentos dos rios
em
exercícios da matéria frágil das flores,
suas folhas
perecíveis,
seus
estigmas que vão no vento.
São as
frases nunca pronunciadas
dum texto
oculto desvendado
no declínio
da voz inquieta
perturbada
da terra.
Atentemos
pois, nesse momento único,
nessa
clarividência da luz clara
esses
pedaços da sombra,
como vozes
de antigas melodias
das árvores
nuas, arrebatadas.
São a nossa
própria essência,
um murmúrio
das águas derramadas sobre a água,
vestígios de
um cântico de paixão
sobre a
terra chã, sobre o chão
que ecoa o
nossos pés.
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