SINOPSE: "No inverno de 1975, em
Cabul, tudo o que Amir mais deseja no mundo é ganhar um concurso de
papagaios para poder impressionar o seu pai, e Hassan, o seu amigo
inseparável, está determinado a ajudá-lo. Mas, na tarde do concurso, um
terrível acontecimento vai destruir os laços que unem os dois rapazes
para sempre. E, mesmo quando a família de Amir é forçada a fugir do
Afeganistão após a invasão soviética, Amir sabe que um dia terá de
regressar à sua terra natal em busca de redenção."
A opinião da Filipa
"Quando alguém mata um homem, rouba uma vida. Rouba à mulher dele um marido, um pai aos seus filhos. Quando dizemos uma mentira, roubamos a alguém o direito à verdade. Quando somos desonestos, roubamos o direito à honestidade. Não há nada mais abjecto que o roubo".
Esta é a história de Amir e Hassan.
Hassan e Amir.
Para mim, foi isto.
Todas as outras personagens, a maioria importantes, foram secundárias.
Em todo o livro, eu só vi e ouvi: Hassan e Amir. Amir e Hassan.
Também é uma história toda ela contada por Amir.
Amir embala-nos ao longo de toda a narrativa, mostrando-nos terríveis e marcantes acontecimentos pela força do arrependimento e, leva-nos pela mão tentando amortecer o que se prevê trágico...
Khaled Hosseini grita-nos que nunca é tarde para emendar algo.
Nunca é tarde para fazer o correcto.
Nunca é tarde para vivermos o presente, deixando o passado no passado e abrir as portas ao futuro.
Vivermos o presente, não esquecendo o passado e esperarmos o futuro.
"...o tempo é ganancioso, por vezes guarda para si todos os detalhes".
Mais uma vez, a esperança envolve esta magnífica obra.
Somos agarrados, empurrados, escorraçados, humilhados e mesmo assim, vimos à tona.
E a lealdade. Sim, o sentimento poderoso deste magnífico relato é a lealdade.
Como podemos viver com tanta angústia e vergonha de nós próprios?
Como avançamos pela vida sabendo que cometemos algo sem perdão?
Como é que uma traição nos corrói tanto e nos leva ao fundo, para, depois, regressarmos não sabendo muito bem como porque nos foi dada uma segunda oportunidade...
"Só há um pecado. O roubo... Quando dizes uma mentira, estás a roubar a alguém o direito de saber a verdade."
Este livro apresenta-nos a decadência do esplendor... o que uma guerra faz, não só às terras, casas, memórias... mas principalmente às pessoas....
Como é que um ser humano pode ser tão mau e ter prazer nisso?
"O amor parecia infinito até chegar o ódio!"
"A erva daninha persiste no deserto, mas as flores da Primavera crescem e morrem."
Mais uma vez o autor passeia-nos por escombros e desgraças infinitas.
Perto do fim, quando pensava que não havia mais nada de novo, o livro já desenvolvido e muito bem desenvolvido, Khaled lança outra bomba sobre os nossos já frágeis corações... sentimos-nos pequeninos e impotentes, li as últimas páginas com um torno à volta do coração...
Este é o segundo livro do autor e a única coisa que me vem à cabeça não é uma coisa muito lúcida mas é isto:
Na presença de um livro de Hosseini, sinto-me como uma cobra quando o seu encantador toca para ela e a chama...
"No Afeganistão, há muitas crianças mas pouca infância"
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