SINOPSE: "Em 1945, enquanto o
mundo celebra a vitória sobre o exército nazi, a Alemanha derrotada é
dividida. De um lado, a União Soviética. Do outro, os Estados Unidos, a
Grã-Bretanha e a França. A Guerra Fria está prestes a começar. Em
Hamburgo, grupos de crianças esfomeadas vasculham os destroços em busca
de alimentos, famílias desalojadas lutam por abrigos imundos. É nesta
cidade arruinada que o coronel Lewis Morgan é encarregado de repor a
paz. O governo inglês requisita uma casa para o acolher a ele e à
família. Aos proprietários da mansão resta a indigência. É então que o
coronel propõe uma solução inédita: a partilha do espaço. Mas ao
contrário do que coronel espera, este pacto vai ser explosivo. A sua
mulher, Rachel, vive fechada em si própria. O filho de ambos, Edmund,
debate-se com uma solidão extrema. A alemã Freda é a adolescente
rebelde, filha de Herr Lubert, um homem de elite inconformado com a
submissão que lhe é imposta. Entre segredos e traições, a vida na casa é
uma bomba-relógio que uma paixão proibida ameaça ativar.. Baseado no
extraordinário ato de bondade do avô do autor, O Despertar do Mundo
pinta um retrato único da guerra vista do lado dos perdedores."
A minha opinião
A Guerra Fria está prestes a começar. De um lado os EUA, a
Grã-Bretanha e a França, do outro lado a União Soviética. O mundo celebra a
vitória sobre os nazis e a Alemanha derrotada é dividida. Estamos em 1945. As
atrocidades cometidas pelos nazis dão lugar a outras, não menos graves, mas
agora em nome da paz.
Uma história baseada em factos verídicos, decorrentes da
própria vida do avô do autor. A narrativa foca a época em que os Soviéticos,
Ingleses e Franceses, entram na Alemanha em nome da paz, da libertação dos
nazis e da reconstrução do país. Nesta altura os donos de casas e, de
preferência boas casas, eram retirados das suas habitações e estas eram
distribuídas pelas altas patentes do exército aliado para trabalharem na
reposição da paz. A história gira à volta de um militar inglês, o coronel
Morgan, que possui um coração cheio de humanidade. Ele não concorda plenamente
com esta situação e propõe à família alemã, dona da casa que lhe foi entregue,
a partilha do espaço. Este facto não agrada à sua esposa e tão pouco à filha do
dono da casa, uma adolescente rebelde. As suas vidas, repletas de fantasmas e
de revoltas entram em colisão e tudo pode acontecer. Nesta mansão reaprenderão
a viver, a perdoar e a ter esperança num futuro melhor.
Numa Alemanha que perdeu tudo, que vê o seu povo passar fome,
marcada pela morte e desmembramento da esmagadora maioria das famílias, não há
lugar para ódios e ressentimentos. Há sim que trabalhar e olhar em frente para
uma reconstrução, mesmo por cima de todo o tipo de escombros. No meio da
devastação, o povo alemão tem de aceitar os forasteiros e a sua ajuda, tem de
seguir em frente, tem de sobreviver e acreditar que, no meio de tanto
sofrimento, ainda há corações cheios de bondade e humanidade.
Um livro muito bem escrito, uma narrativa rica, clara e
cativante, com personagens muito bem desenvolvidas, uma história dentro da
história, uma lição que nunca deveremos esquecer.
“O despertar do mundo” convida-nos à reflexão e fica em nós
para além da leitura!
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