Sapatos Italianos - Opinião

SINOPSE: "Fredrik Welin passou os últimos doze anos da sua vida numa ilha do Báltico rodeada de gelo, tendo como única companhia o seu cão e a sua gata, e como única visita o carteiro. Um dia, vê uma figura aproximar-se lentamente e percebe que nada voltará a ser o mesmo. A pessoa que vem perturbar o seu exílio autoimposto é Harriet, a mulher que ele abandonou sem qualquer explicação há quase quarenta anos. Harriet diz vir obrigá-lo a honrar uma promessa que ele lhe fizera, mas Fredrik está prestes a descobrir que o seu reaparecimento esconde outra surpresa..."

 

A opinião da Filipa

Com este livro, conheci um novo autor que consegue expressar emoções e fazer chegar essas mesmas emoções a quem tiver oportunidade de o ler.

É um livro que fala ao coração sobretudo acerca de solidão. Um livro que nos transporta ao futuro, permite-nos ver um pouco das consequências quando nos desligamos e não enfrentamos as realidades. Fala do que é envelhecer e não ter nada por que viver. Também fala de reencontros e encontros.

Fala do amor a animais, mas também da sua perda. Fala de isolamento. Fala também de orgulho, orgulho ferido também.

Fala do que um homem sem objectivos de vida faz no seu dia-a-dia, coisas como, anotar a meteorologia, a chegada de correio, o crescimento de um formigueiro (dento da sua própria casa) e a chegada de correio num diário. Consertar coisas sem acerto, comer, passear ao longo da ilha isolada onde escolheu recolher-se. Abrigar-se.

Um dia, tudo isso muda com a chegada de uma mulher que com ela traz uma promessa por ele feita à espera de ser cumprida. Essa promessa permite-lhe viajar ao passado e ser saudosista de tempos que já não voltam, tempos passados com familiares.
Tudo muda com esta mulher que lhe dá a conhecer outra mulher. Estas duas mulheres dão-lhe a conhecer uma outra, que nunca foi esquecida e a razão maioritária para ele se ter refugiado numa ilha de ninguém.

Uma história sobre pessoas. Uma história sobre relacionamentos. Uma história de amor. . . e NÃO amor-próprio.

Para reflectirmos sobre, o que somos, o que fomos e para onde vamos. . .