Alves Redol
"E a vida é dos que a vencem." (Marés)
BIOGRAFIA
Escritor português, natural de Vila Franca de Xira,
António Alves Redol nasceu a 29 de dezembro de 1911 e faleceu 29 de novembro de
1969. Figura central do Neorrealismo português, foi autor de uma vasta obra
ficcional, que inclui o teatro e o conto.
Filho de um pequeno comerciante ribatejano, obteve um
curso comercial e, cedo, teve de se iniciar no mundo do trabalho. Ainda jovem,
partiu para Angola à procura de melhores condições de trabalho, mas lá conheceu
a pobreza e o desemprego. De regresso a Portugal, à capital, desenvolveu várias
atividades profissionais e enveredou nos meandros da oposição ao Estado Novo
ingressando no Partido Comunista. De início, tornou-se colaborador do jornal O
Diabo, mas a sua veia literária acabaria por se manifestar em 1939. Empenhado
na luta de resistência ao regime salazarista, compreendeu a literatura como
forma de intervenção social e, nesse mesmo ano, surgiu o seu primeiro romance,
Gaibéus, cujo assunto, relacionado com problemas socioeconómicos vividos pelos
ceifeiros, fez desta obra o marco do aparecimento do Neorrealismo.
A sua literatura não se caracteriza pela escrita de
histórias ficcionadas, mas essencialmente pela abordagem da realidade social e
de experiências vividas.
Ao longo de uma longa e coerente produção literária,
Alves Redol trouxe para o romance personagens, temas e situações, ignorados
pela literatura, postura que lhe valeu, simultaneamente, o êxito junto de um
grande público e o ataque impiedoso da crítica, que apontava como deficiências
de escrita a linguagem simples da sua prosa e o esquematismo das tramas romanescas.
Acusações que pareciam corroboradas pela despretensão e modéstia literárias
manifestadas pelo autor nas epígrafes das suas obras, como sucede em Gaibéus,
precedido do aviso de que "Este romance não pretende ficar na literatura
como obra de arte. Quer ser, antes de tudo, um documentário humano fixado no
Ribatejo. Depois disso, será o que os outros entenderem". No prefácio a
Barranco de Cegos (Lisboa, 1970), Mário Dionísio compara o destino da obra de
Redol ao dos romances de Zola, que ao escolher temas malditos como o operariado
e os conflitos sociais, recebeu durante anos a aversão dos críticos, até ser
redescoberto em leituras inovadoras que revelaram a estrutura épica dos seus
romances e a reformulação de mitos contemporâneos nessa prosa chocante,
intensa, por momentos quase surrealista.
In Infopédia
BIBLIOGRAFIA
Romances
- Gaibéus (1939)
- Marés (1941)
- Avieiros (1942)
- Fanga (1943)
- Anúncio (1945)
- Porto Manso (1946)
- Ciclo Port-Wine:
- Horizonte Cerrado (1949)
- Os Homens e as Sombras (1951)
- Vindima de Sangue (1953)
- Olhos de Água (1954)
- A Barca dos Sete Lemes (1958)
- Uma Fenda na Muralha (1959)
- Cavalo Espantado (1960)
- Barranco de Cegos (1961)
- O Muro Branco (1966)
- Os Reinegros (1972)
Teatro
- Maria Emília (1945)
- Forja (1948)
- O Destino Morreu de Repente (1967)
- Fronteira Fechada (1972)
Contos
- Nasci Com Passaporte de Turista (1940)
- Espólio (1943)
- Comboio das Seis (1946)
- Noite Esquecida (1959)
- Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos (1962)
- Histórias Afluentes (1963)
- Três Contos de Dentes Para o Ofício 4001(1968)
Literatura infantil
- Vida Mágica da Sementinha (1956)
- A Flor Vai Ver o Mar (1968)
- A Flor Vai Pescar Num Bote (1968)
- Uma Flor Chamada Maria (1969)
- Maria Flor Abre o Livro das Surpresas (1970)
Estudos
- Glória: Uma Aldeia do Ribatejo (1938)
- A França: Da Resistência à Renascença (1949)
- Cancioneiro do Ribatejo (1950)
- Ribatejo (Em Portugal Maravilhoso) (1952)
- Romanceiro Geral do Povo Português (1964)
Conferência
- Le Roman de Tage (Edição da Union Française Universitaire, Paris ) (1946)
É sempre bom vir aqui, pois saímos mais ricos em sabedoria...
ResponderEliminargrata pelas publicações...
O meu sincero desejo de um Feliz Natal!!!
Obrigada eu, Cristina!
EliminarÉ sempre bem-vinda, quando publico as suas palavras e quando me visita.
Bjinhos