SINOPSE: "Numa pequena vila costeira do norte do país, um acidente do destino faz com que dois mundos se toquem.
Ivana, uma adolescente sonhadora com cabelos cor de fogo, está prestes a viver o seu amor de infância com Bernardo, quando uma figura de negro envolta em mistério entra na sua vida trazendo consigo a magia e pondo tudo em causa.
Gabriel é a figura de negro, e o seu amor por Ivana vai reacender uma guerra ideológica no seio de uma sociedade nómada que desde o século XVII tem vindo a evoluir à margem do resto do mundo: os Hekat.
A sua história será rodeada por um conjunto de personagens muito singulares, algumas coloridas outras sombrias, mas todas complexas, procurando influenciar os dias e as noites numa luta pelo desfecho final em que acreditam."
Ivana, uma adolescente sonhadora com cabelos cor de fogo, está prestes a viver o seu amor de infância com Bernardo, quando uma figura de negro envolta em mistério entra na sua vida trazendo consigo a magia e pondo tudo em causa.
Gabriel é a figura de negro, e o seu amor por Ivana vai reacender uma guerra ideológica no seio de uma sociedade nómada que desde o século XVII tem vindo a evoluir à margem do resto do mundo: os Hekat.
A sua história será rodeada por um conjunto de personagens muito singulares, algumas coloridas outras sombrias, mas todas complexas, procurando influenciar os dias e as noites numa luta pelo desfecho final em que acreditam."
A minha opinião
"Inverso" é um livro destinado maioritariamente ao público jovem/adulto. Por um lado, retrata temas típicos da adolescência, as relações familiares conturbadas, o primeiro amor, os conflitos entre adolescentes, o final do secundário, as incertezas no futuro… Por outro lado a autora brinda-nos com a construção de uma sociedade fantástica, fruto da sua imaginação, que torna este livro fora do comum.
No meu ponto de vista a Liliana construiu uma história lindíssima, com base na procura do bem e de um modo de vida pacífico. Até mesmo os menos bons não são assim tão maus! A estória principal desenvolve-se à volta de Ivana e Gabriel, oriundos de “mundos” diferentes. Ela integrada na sociedade dita “normal”, ele de etnia cigana, mas pertencente a um grupo muito próprio e com características muito peculiares e deveras interessantes. A autora construiu uma sociedade fantástica e com uma interação entre membros muito bem conseguida, uma sociedade que defende o bem, a pureza de sentimentos, além de uma relação igualitária com a natureza. O amor surge entre dois jovens que têm que lutar contra tudo e contra todos, contra si próprios, contra as suas diferenças, contra as confusões e contra as incertezas. Têm de conseguir um equilíbrio entre os seus receios e as suas obrigações, entre as distâncias e o seu amor.
Paralelamente a estas personagens principais há um rol de outras, formando casais ou não, que lutam pelo seu espaço, pelo seu amor e que são tão ou mais interessantes que o casal Ivana/Gabriel. Falo do irmão gémeo de Ivana, o Fernando, de Lia, do amigo Brunus e da Lara, do pai de Gabriel, de Isabella sua noiva, da Úrsula e até do vilão que, aqui para nós, ainda vai dar que falar. Escrito numa linguagem clara, fluída e cuidada, toda a construção da estória e da sociedade Hekat é completa. As personagens estão muito bem conseguidas e a ação desenrola-se de forma crescente ao longo da narrativa, o que prende o leitor em todos os momentos. Apesar de achar que o seu final me satisfez, encontro nesta narrativa todas as possibilidades de uma boa continuação. Será que ela está guardada numa gaveta da secretária da autora ou numa gaveta da sua imensa imaginação?! Gostava de me encontrar de novo com elas.
É uma estória de mistérios de fantasia de misticismo, de amor, de aceitação da diferença que tem como pano de fundo o nosso Portugal, facto que me agradou imenso. A capa é muito bonita e está adequada à estória, o que nem sempre acontece. Estes pequenos pormenores demonstram o imenso amor que a autora imprime à sua obra, ela quere-a perfeita e, realmente, toca o limiar dessa perfeição!
Já li muitos livros deste género e garanto-vos que este foi um dos melhores, nada ficando a dever a alguns estrangeiros publicados ultimamente e, é nosso! Devemos ter orgulho nos nossos autores e não compreendo o porquê das editoras levarem tanto tempo a apostarem na escrita da Liliana C. Lavado!
Parabéns Liliana, o teu talento irá vingar, disso não tenho a mínima dúvida!
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