SINOPSE: "Mariana e Zé Pedro
passaram quinze longos anos sem se tornarem a ver. O tempo que poderia
ter sido suficiente para fazer desmaiar a sua paixão vivida em
Amesterdão. Os mesmos quinze anos que fizeram Mariana imaginar, milhares
de vezes, o reencontro; e Zé Pedro desesperar de alguma vez voltar a
encontrá-la. Quando, subitamente, numa azafamada manhã, numa estação de
metro, se voltaram a encontrar. Quando tudo parecia ter sido diluído no
tempo, eis que o passado volta a ser vivido no presente. Um romance
apaixonante!"
A opinião da Vera
Foi a minha estreia com Tiago Rebelo. Não posso dizer que
foi uma estreia feliz. No máximo foi um encontro fugaz com algo em potencial.
Vê-se a qualidade da escrita do autor, agrada-me o estilo mas a história em si
não tem grande potencial. Não me atraiu por aí além e não me fez pensar depois
da leitura. De qualquer forma vou ler em breve outro livro do autor e espero
que seja o suficiente para querer seguir os seus outros livros.
Mariana está prestes a casar e de repente sente-se sufocar,
com dúvidas sobre a decisão que está a tomar e decide partir uns dias para
longe, para estar só e poder pensar. Quando ao passear pelas ruas de Amesterdão
decide entrar num café para beber um chá, não o faz por acaso. Ela sabe que foi
ali que aconteceu a narrativa de um livro que adorou e portanto, decide
conhecer o local. Claro que nessa altura, ela não contava que o empregado de
mesa fosse português e na verdade, o autor do livro que Mariana adorou.
Começa aqui uma relação de amizade, alimentada ao longo de
uma semana pelos encontros diários de Mariana e Zé Pedro. Quando as férias
estão prestes a chegar ao fim, Mariana revela que está prestes a casar, veio a
Amesterdão para refletir, não contava apaixonar-se, mas decidiu que vai
desistir do casamento e voltar para Zé Pedro. Não podia ser mais perfeito.
Mas na realidade a história não se passou assim. E passados
quinze anos eles reencontram-se em Portugal e Mariana, casada e com a vida
organizada não resiste a esclarecer as suas razões a Zé Pedro e acaba por se
envolver num romance que nunca esqueceu, num amor que esteve sempre
(omni)presente na sua vida.
Claro que nada vai ser fácil. Vamos acompanhar a luta do
marido de Mariana que não está disposto a perdê-la. Zé Pedro revela ter uma
personalidade diferente daquela que Mariana julgava, quando é posto sob
pressão. Ela própria sente-se um troféu (no mau sentido) disputado pelos dois
homens da sua vida e já não sabe o que quer.
É uma história de encontros e desencontros. De decisões que
movem toda a nossa vida. É ter coragem de voltar atrás em busca de um sonho e
do amor de uma vida. Mas é também perceber que nem sempre aquilo que achamos
que queremos para nós é realmente o melhor para nós. Que uma decisão não passa
de isso mesmo e que outra decisão pode anular a primeira. A vida é feita de
caminhos que nós próprios escolhemos, o que é preciso é coragem para alterar o
rumo dos acontecimentos e seguir outro caminho, outro destino.
Ao contrário de ti, este foi um dos livros do Tiago Rebelo que mais me fez pensar sobre a natureza humana. O Tiago Rebelo é considerado um autor um pouco light, pronto, deste tipo de romance assim tipo Casos da Vida da TVI, daí que eu tenha lido 5 ou 6 livros dele e tenha achado que, pelo menos por agora, chega, porque há sempre tanta coisa para ler. Mas este, por acaso fez-me pensar uma coisa: Já alguma vez pensaste ou reparaste como as pessoas se revelam dependendo das situações? É que quando corre tudo bem, somos todos bons, todos muito amáveis, muito calmos, muito simpáticos. É nas situações limite que a verdadeira natureza das pessoas vêm ao de cima. Não podemos, realmente, avaliar uma pessoa ou aquilo que representa para nós, se, na verdade sempre tudo lhe correu bem na vida, nunca houve qualquer atrito em nós e ela, enfim, tudo sempre correu bem. No início, eu simpatizei tanto com o Zé Pedro como com o Ricardo. Cheguei a ter pena dos dois e achei que, fosse com qual fosse que a Mariana ficasse, eu iria sentir pena do outro. Ambos me pareciam boas pessoas e cada um merecia, à sua maneira, ficar com a Mariana... Ambos me pareciam boas pessoas, homens correctos, pessoas de bem, pessoas pacíficas e amáveis. Mas aos poucos as coisas foram mudando, e eles foram-se revelando (ou o Tiago Rebelo foi-nos revelando como eles eram na sua essência) e chegou a um ponto em que eu já queria era que a Mariana ficasse sozinha e que eles fossem os dois para o raio que os partisse...Reparaste que, a certa altura, somos informados de que o Ricardo até era um patrão austero, pouco afável e pouco compreensivo para quem trabalhava com ele. Imaginavas isso no início? :) .
ResponderEliminarFoi nesse sentido que este livro me deu que pensar: as pessoas revelam-se nas situações de contrariedade. Enquanto tudo corre bem, somos todos óptimas pessoas... Quando aparecem as situações que nos põem à prova é que realmente revelamos quem somos.
Não consegui dar mais de 2 estrelas a este livro no Goodreads, porque quando terminei a leitura estava esgotada com toda aquela luta de galos... Mas agora já me arrependi várias vezes de não ter dado, pelo menos 3, porque o facto de me fazer reflectir sobre a natureza humana acho que foi positivo :)
:)
Que bela reflexão sobre o conteúdo do livro! Obrigada pela partilha.
EliminarQuanto às estrelas no GR, podes sempre retificar a tua opinião. Por vezes depois de uma reflexão ou até de outra leitura é necessário acertar agulhas.
Bjinhos :)