SINOPSE: "No calor das febres que
incendeiam a Lisboa do século XIX, Joana, uma burguesa jovem e
demasiado inteligente para o seu próprio bem, vê o destino traçado num
trato comercial entre o pai e o patriarca de uma família nobre e sem
meios.
Contrariada, Joana percorre os quilómetros até à nova casa, preparando-se para um futuro de obediências e nenhuma esperança.
Mas Santiago, o noivo, é em tudo diferente do que esperava. Pouco convencional, vivido e, acima de tudo, livre, depressa desarma Joana, com promessas de igualdade, respeito e até amor.
Numa atmosfera de sedução incontida e de aventuras desenham-se os alicerces de um amor imprevisto... Mas será Joana capaz de confiar neste companheiro inesperado e entregar-se à liberdade com que sempre sonhou? Ou esconderá o encanto de Santiago um perigo ainda maior?"
Contrariada, Joana percorre os quilómetros até à nova casa, preparando-se para um futuro de obediências e nenhuma esperança.
Mas Santiago, o noivo, é em tudo diferente do que esperava. Pouco convencional, vivido e, acima de tudo, livre, depressa desarma Joana, com promessas de igualdade, respeito e até amor.
Numa atmosfera de sedução incontida e de aventuras desenham-se os alicerces de um amor imprevisto... Mas será Joana capaz de confiar neste companheiro inesperado e entregar-se à liberdade com que sempre sonhou? Ou esconderá o encanto de Santiago um perigo ainda maior?"
A opinião da Margarida
Acabei de ler o livro da Carla pelas 4h da madrugada. Demorei mais do que o previsto, mas apenas por factores externos, pois que se me tivessem deixado, tê-lo-ia lido de um fôlego. Fiquei em choque, boquiaberta com a intensidade do livro. Fiquei sem palavras!
Se alguma dúvida ainda tivesse sobre os bons escritores e as boas escritas que por cá existem, estas dissiparam-se ao ler este “Alma Rebelde”.
Fiquei tão agradavelmente surpreendida que nem sei por onde começar, nem como dizer em poucas palavras o que senti ao lê-lo!
A sinopse deixou-me curiosa: um romance de época/histórico, tanto do meu agrado, um pouco da História deste nosso Portugal… Não descansei enquanto não consegui ter o livro! No entanto tive os meus receios. Um romance histórico pareceu-me um projecto bastante ambicioso para um primeiro livro. Felizmente os meus receios não se confirmaram: era ambicioso sim, mas a Carla deu “conta do recado”, para nosso deleite!
Não sou crítica literária nem tampouco tenho qualquer formação na área da literatura, para além daquela que a leitura me dá, por isso o que aqui digo, vale o que vale apenas do meu ponto de vista enquanto leitora. Adoro romances históricos e este conquanto o considere mais um romance de época que propriamente histórico, prendeu-me desde o início. Embora as referências históricas não sejam muitas, quanto a mim estão na medida certa, a trama em si e para além do romance é o retrato fiel de uma época em que o papel da mulher estava muito abaixo de secundário, em que não lhe era dado sequer o direito de pensar por si própria
A escrita da Carla já me tinha cativado num pequeno conto e confirmou-se o que senti nessa altura. É uma escrita fluída e cativante e que mesmo nas entrelinhas se deixa ler com facilidade e agrado. A escolha de uma linguagem própria da época e a troca de correspondência entre Joana e a prima, que no século XIX era muitas vezes o único escape da mulher só enriqueceram a obra!
As personagens, magistralmente trabalhadas, conseguem ao longo do livro entranhar-se-nos na alma, na pele e mesmo no coração… Fazem-nos sofrer por elas, rir com elas, esperar com elas, enfim… entranham-se!
Joana, preparada desde sempre para um papel de mulher e esposa obediente e em que a sua vontade não tem qualquer peso ou valor e apesar de por vezes me ter irritado com os seus receios e a sua tendência para sofrer por antecipação, com os seus avanços e recuos na sua relação com Santiago, agradou-me muito.
Santiago é o tipo de homem com que qualquer mulher da época só nos seus devaneios românticos, podia sonhar ter. Ainda hoje um Santiago daria prazer ter por perto!
A mãe de Santiago, D. Ana uma ternura de senhora (talvez por conhecer ela própria as ansiedades de Joana, na primeira pessoa) e o pai, D. Miguel um retrato perfeito da supremacia masculina da época e da nobreza empobrecida, mas rica em altivez.
As amas de ambos, cheias de amor e enlevo pelos seus “meninos” encantadoras, embora a determinada altura me tivesse parecido que ficaram um pouco esquecidas…
A certa altura tive algum receio que o romance “descambasse” para um excesso de cenas de sexo tão comum nos romances que hoje se escrevem… Mas tal como Sveva Casati Modignanni, quando José Rodrigues dos Santos nas suas “Conversas de escritores” comentou que os livros dela não tinham cenas de sexo, disse com muita simplicidade que não achava necessário, eu acho que da mesma forma a Carla nos leva a elas sem haver necessidade de descrições exaustivas, sem cair em vulgaridades!
O fim só poderia ter sido aquele, ainda que a Carla com mestria nos tivesse, perto do fim enredado de tal forma, que quase imaginámos outro desfecho.
Adorei! Os meus sinceros parabéns Carla. E fico já à espera de um novo livro…
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