SINOPSE: "Visto de fora, o casamento de Julia e Michael parece ser perfeito. Ambos
filhos de infâncias difíceis, vivem agora uma vida de sonho na sua casa
luxuosa em Washington, DC. Julia é uma organizadora de eventos muito
requisitada, e Michael acaba de vender a sua bem-sucedida empresa por 70
milhões de dólares. Mas, na verdade, ao longo dos anos Michael foi-se
afastando de Julia, privilegiando o trabalho, e vivem ambos uma relação
infeliz, apesar de funcional.
Um dia, inesperadamente, Michael tem uma paragem cardíaca. Quatro
minutos e oito segundos depois, um desfibrilhador portátil reanima o seu
coração. E no decorrer daqueles minutos perdidos, ele torna-se uma
pessoa diferente. Agora, o dinheiro nada lhe diz, e Michael resolve
desfazer-se de todo o património.
O mundo de Julia colapsa. Por um lado tem agora o vislumbre do homem que
outrora amou mas que, ao longo dos anos, se foi tornando um estranho;
por outro, feridas do passado tardam em sarar e deixam-na reticente
quanto a esta mudança. Será possível voltar a acreditar numa vida
simples e mais feliz?"
A opinião da Vera
Julia e Michael começaram a
namorar no liceu. Fugiram da Virgínia e das suas famílias problemáticas.
Batalharam e construíram uma vida de sucesso. Pelo caminho, o casamento foi-se
desmoronando sem se darem conta.
Quando Michael sofre um ataque
cardíaco e está cerca de quatro minutos morto, ele torna-se num homem
diferente, para quem os bens materiais deixaram de ter valor. Ele quer acima de
tudo compensar a mulher pelo fracasso do casamento de ambos.
Julia estava a começar a
acostumar-se à vida de luxo e de repente Michael quer tirar-lhe isso tudo. Ela
está confusa e sem saber o que pensar e no que acreditar. Se por um lado a
relação com o marido estivesse com problemas há muito tempo, por outro, o novo
Michael faz-lhe lembrar a pessoa por quem se apaixonou no liceu.
Apesar da narrativa ser interessante e da
escrita ser fluída, confesso que não me envolveu. Fez-me confusão que depois da
“morte” de Michael, ele e a esposa não conversassem convenientemente. Nem eu
conseguia entender o que ele queria fazer da vida, depois de doar toda a sua
fortuna. E Julia só pensava em salvaguardar-se financeiramente, quando ela
própria quis fazer uma separação completa os bens quando casaram.
Por outro lado adorei o novo amiguinho
que Julia fez, Noah, e gostei da forma como a autora o entrosou no final. Já a
história de Isabel, grande amiga de Julia, podia ter sido mais explorada. Para
quem dizia que se sentia entediada com a sua vida, estava à espera que na
primeira oportunidade ela lutasse pelo que desejava e não que fosse espairecer
para Itália.
Se por um lado gostei que Michael
quisesse doar os seus muitos milhões para tentar fazer o bem e retificar alguns
atitudes que teve ao longo da vida e que não foram as mais corretas. Então como
é que ele não planeou deixar dinheiro para doar ao antigo funcionário que ficou
dependente para o resto da vida e que ele queria tanto ajudar?
É notório que a minha opinião é
ambivalente. Houve coisas de que gostei e outras que não apreciei de todo.
A atitude de Michael fez Julia
refletir sobre a questão monetária: precisavam de tanto dinheiro para serem
felizes ou foram mais felizes quando tinham menos posses?
O final para mim fez sentido. Foi
como tinha que ser. Num livro onde as relações familiares são exploradas, e no
caso de Julia e Noah condicionaram a forma como cresceram e moldaram as personalidades
de ambos, gostei da proximidade que a autora sugere, bem no final, entre Julia
e o pai.
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