Instalam-se sem dó
as noites cansadas,
onde o leito, outrora de amor,
hoje é dor de águas fugidias,
geladas e separadas
por um troço de lençol,
que divide os corpos já sem nada
por despir.
Os dedos,
majestosos e macios,
cansaram-se dos sulcos amarelecidos pelo tempo,
e os lábios esqueceram o fulgor das línguas
que se entrelaçavam em beijos
adocicados pelas pétalas do desejo.
É neste deserto, de lençóis imaculados,
que se movem em choro os corpos silenciados
por palavras gastas,
e se lambem feridas que sangram da alma,
sempre que a saudade se instala,
e surgem lembranças de um amor
que se estendia por todos os lugares.
E o rio corria sem leito.
Eram as paredes que amparavam os corpos
e os astros ajudavam a inventar lugares,
onde insano,
era aquele que impunha fronteiras
ao desabrochar da poesia. Ou,
ousava profanar o amor...
Simplesmente lindo!
ResponderEliminarMuito lindo, sem dúvida!
ResponderEliminar:)
Olá Clarinda!
ResponderEliminarMuito obrigada pela visita ao meu blogue e pela partilha deste meu poema.
Beijinho Grande...
De nada. É meu o privilégio de partilhar esta magia!
EliminarBem haja Cristina!
Bjinhos
:) Lindo! Adorei ler. Obrigada por partilhar!
ResponderEliminarObrigado pela visita Helena, Paula e Fernanda.
ResponderEliminarTemos, em Portugal, grandes poetas!
É triste que se gaste tanto dinheiro em coisas sem sentido e que os "grandes" roubem tanto e não se invista no que de bom se faz neste "jardim à beira-mar plantado"!
concordo totalmente. infelizmente é isso que temos e o acesso á cultura nem sempre é possivel. o que nos vale é este mundo virtual onde apesar de tudo existe o espirito de partilha e de dar a conhecer o que se vai "fazendo" por cá. o Passe-a-Palavra no seu melhor. :)
Eliminar