SINOPSE: "Londres, 1910. Belle
tem quinze anos e uma vida protegida. Graças aos cuidados da ama, ela
nunca se apercebeu de que a casa onde vive é um bordel, regido com mão
de ferro pela sua mãe. Porém, a verdade encontra sempre maneira de se
revelar... Para Belle, será no trágico dia em que assiste ao assassinato
de uma das raparigas da casa. Ingénua e indefesa, ela fica à mercê do
criminoso, que a rapta e leva para Paris, onde se inicia como cortesã.
Afastada do único lar que conheceu, a jovem refugia-se nas memórias de
infância e acalenta o sonho de voltar aos braços do seu primeiro amor,
Jimmy. Mas Belle já não é senhora do seu destino. Prisioneira da sua
própria beleza, é alvo do desejo dos homens e da inveja das mulheres.
Longe vão os anos da inocência e, quando é levada para a exótica e
decadente cidade de Nova Orleães, ela acaba por apreciar o estilo de
vida que o Novo Mundo tem para lhe oferecer. Mas o luxo e a
voluptuosidade que a rodeiam não mitigam as saudades que sente de casa, e
Belle está decidida a tomar as rédeas da sua vida. Um sonho que pode
ser-lhe fatal pois há quem esteja disposto a tudo para não a perder. No
seu caminho, como barreiras fatais, erguem-se um continente selvagem e
um oceano impiedoso. Conseguirá o poder da memória dar-lhe forças para
sobreviver a uma viagem impossível?"
A opinião da Margarida
Gostei muito! Embora no início tenha tido alguma dificuldade em interiorizar que Belle era uma menina inocente e ingénua de 15 anos e que até essa idade nunca se tinha apercebido que vivia num bordel que a sua mãe geria! E isto porque as atitudes, a postura, a própria forma como se expressa depois de ter percebido tudo e da pior forma possível (testemunhando o assassínio de uma das raparigas da casa), não se coadunam com uma menina inocente de 15 anos, pareceram-me mais atitudes de uma jovem adulta já com alguma maturidade! A forma como aceitou tudo tão naturalmente, sem questionar e sem se revoltar (que isso é que eu acharia o comportamento normal de uma jovenzinha de 15 anos) não me pareceu natural, não consegui por muito que tentasse ver nela uma criança. Provavelmente o defeito é meu e tudo isto era intencional. Talvez Lesley Pearse nos tenha querido mostrar como as pessoas cresciam demasiado rápido naquela época.
Mas passada esta dificuldade inicial e tendo-me abstraído um pouco da idade da personagem, achei a história absolutamente envolvente. De tal modo que li umas 300 páginas dum fôlego só!
Apesar de nos apresentar uma linguagem um pouco crua, nada habitual em Lesley Pearse e que poderá até chocar algumas almas mais sensíveis, admiro-a por não ter tido medo de o fazer! Leva-nos, sem medo de chocar, através de dois anos da vida de Belle a conhecer um mundo de podridão e luxúria e mostra-nos uma América e uma Inglaterra obscuras do início do Séc. XX. Dá-nos a conhecer um drama que infelizmente ainda hoje existe: o tráfico de mulheres/crianças com o fim de serem introduzidas nos meandros da prostituição e do qual a maior parte muito dificilmente conseguirá sair. Nota-se que, como sempre, fez uma boa investigação histórica.
Dá-nos a conhecer personagens riquíssimos e muito bem trabalhados, a começar pela própria Belle. E nenhum parece estar ali por acaso, todos têm um papel preponderante na vida de Belle, ainda que alguns durante aquele espaço de tempo não tenham estado directamente ligados a ela. São personagens que nos fazem sentir uma enorme mistura de emoções e sentimentos, que nos envolvem, amamos uns, suportamos outros e ainda odiamos e sentimos mesmo nojo de outros, mas todos têm um papel a cumprir e um objectivo na vida de Belle. Desde o assassino que a raptou e vendeu a um bordel em França onde foi violada várias vezes, passando pelo homem que a levou a um bordel à América, mas que conseguimos ver que por trás da sua “profissão” tem bom coração, às pessoas que a rodeavam antes de ter sido raptada e que nunca perderam a esperança de a voltar a ver nem desistiram de a procurar durante esses longos dois anos e ao jornalista que fez um excelente trabalho de investigação qual Sherlock Holmes e que também nunca desistiu de a procurar, são personagens tão intensas que nos fazem querer voltar uma página a seguir à outra sem parar!
Foi com alguma tristeza que me despedi de todos estes personagens, mas felizmente Lesley Pearse deixou no ar a promessa de uma continuação para muito breve. Espero-a com curiosidade e ansiedade.
Para finalizar e apesar do que disse no início, volto a repetir que gostei muito e mesmo sabendo que será uma leitura difícil para alguns recomendo-a! Vale a pena!
Olá,
ResponderEliminarComeço a ficar mesmo atrapalhado por ainda não ter lido nada desta escitora que segundo sei os seus livros até são mais romance histórico (genero que gosto imenso) do que romance, digo isto porque quer as capas, quer aqueles sacos que acompanham os livros levan-nos a crer tratar-se de romance :D
Mas sei que é ,puro engano e que é uma escritora talentosa, gostei do comentário, parabens ;)
Bjs e boas leituras
Olá Fiacha
ResponderEliminarObrigada! Gostei muito de escrever esta opinião!
Antes de ler Lesley Pearse tinha exactamente a mesma ideia: romancezinhos cor de rosa, mas por insistência da minha filha mais velha, que é uma leitora tão (ou mais) ávida que eu, e que me disse:"Mãe, vais gostar, não é nada disso que julgas!", experimentei e fiquei rendida. Acho que li todos os que encontrei uns atrás dos outros e Adorei todos. São acima de tudo históricos e principalmente histórias de mulheres fortes! Experimente, acho que vai gostar. O primeiro que li foi "Nunca Me Esqueças " e fiquei absolutamente rendida! Estou neste momento a ler o último editado em Portugal "A Promessa" que é a continuação deste "Sonhos Proibidos" e não foge à regra...
Beijinhos e boas leituras
Ois Margarida,
EliminarSei que tive imenso tempo um livro dela emprestado e nunca o li, mas tenho mesmo que ver se consigo ler...a questão é mesmo falta de tempo, o que é pena :(
E podes tratar-me por tu :D
Bjs
Eu já li dois e adorei!
ResponderEliminarTenho os outros na estante. :(