SINOPSE: "Felícito Yanaqué é um
homem de cinquenta anos, respeitado pela comunidade e proprietário de
uma empresa de transportes que fundou e fez prosperar na cidade de
Piura, no noroeste do Peru. Sem instrução, oriundo de uma família pobre e
gestor cuidadoso dos seus bens, Felícito conquistou tudo a pulso, de
uma forma tranquila, discreta e constante, atributos que se poderiam
também aplicar à sua personalidade. Casado, com filhos já adultos,
Felícito Yanaqué mantém uma amante de longa data, exuberante beleza da
cidade. E também outra relação - não de natureza sexual - com Adelaida,
uma vidente cujo conselho Felícito segue quase sempre, quer se trate de
negócios ou de matéria puramente pessoal ou, mesmo, íntima.
Tudo corre bem na sua cidade; tudo normal. Só que Felícito Yanaqué começa a receber cartas anónimas de extorsão; e quando a ameaça de represálias passa à concretização, Yanaqué decide resistir a tudo isto sem apoio, estoica e discretamente. Como um herói."
Tudo corre bem na sua cidade; tudo normal. Só que Felícito Yanaqué começa a receber cartas anónimas de extorsão; e quando a ameaça de represálias passa à concretização, Yanaqué decide resistir a tudo isto sem apoio, estoica e discretamente. Como um herói."
A opinião da Vera
Foi
a minha estreia com o Nobel Mario Vargas Llosa. Confesso que estava com
algum receio de não me identificar com a escrita, mas como estou numa
de ler outros estilos e novos autores, decidi arriscar. E que bem que
fiz. Adorei este “Herói Discreto”. De facto o autor escreve muitíssimo
bem, tem uma escrita inteligente e inovadora, com características
singulares que me atraíram e ajudaram no fluir da leitura.
Felícito Yanaqué subiu a pulso na vida. Na casa dos cinquenta ele tem tudo ou mais do que poderia desejar. Uma família, um trabalho digno e uma vida feliz. Se construiu a empresa de camionetas que possui foi por ter seguido o conselho do seu pai de nunca deixar que o pisassem e por isso, quando começa a ser chantageado a troco de dinheiro ele não se verga e nega-se a cooperar com aqueles que considera uns ladrões que vivem à custa do trabalho honesto dos outros.
A nível particular, nunca foi feliz com a sua mulher, mantêm um casamento de aparências e nenhum parece importar-se com isso. Felícito encontra consola na sua amante de longa data. Já os seus filhos, ambos adultos, trabalham consigo na empresa como motoristas, recebendo o mesmo que os restantes funcionários e não sendo em nada privilegiados, por serem filhos do dono.
Rigoberto está prestes a reformar-se e anseia fazer a viagem da sua vida, pela Europa, com a sua mulher e filho adolescente. Toda a sua vida se interessou por arte e anseia conhecer todos os museus e teatros que só conhece dos livros. Mas então, o seu patrão e amigo faz-lhe um convite irrecusável, mesmo sabendo que o mesmo irá alterar a sua vida, pelo menos temporariamente e o seu sonho será adiado. Mas Rigoberto não pensa duas vezes e ajuda o amigo, que anseia vingar-se dos filhos que só desejam que ele morra.
Esta história vai ter tanto momentos trágicos como humorísticos e os dois coadunam-se na perfeição, estabelecendo uma leitura fantástica e viciante para o leitor. Transmite também uma mensagem político-social relevante. O vocabulário do autor, para alguns pode ser exagerado, mas a verdade é que está diretamente ligado ao estilo dos personagens, ao meio em que vivem, à época em que acontece! Fez-me rir várias vezes pelo à vontade com que muitas vezes palavras menos próprias são usadas de forma perspicaz para retratar determinadas situações e a forma como resulta tão bem!
E depois? Depois as histórias vão acabar por se ligar, de uma forma engraçada, nada forçada e muito inteligente! Peripécias não vão faltar, surpresas e muitos personagens que nos deixam saudade. O padre, o filho de Rigoberto e o seu estranho amigo, a amiga de Felícito que o ajuda a nível espiritual, as empregadas domésticas, os policias paspalhos, os filhos do outro que eram uns tiranos....bem, é uma parafernália que só visto, ou melhor, que só lendo!
Recomendo!
Olá,
ResponderEliminarApenas li um livro deste escritor e gostei igualmente muito. Gostei do comentário sem duvida uma boa sugestão de leitura :)
Bjs e boas leituras
Eu também ainda só li um, salvo erro, "A casa Verde", não fiquei fã.
EliminarDepois da opinião da Vera sobre este resolvi tentar de novo, quando passar pela biblioteca. ;)
bj
Olá :)
ResponderEliminarAinda não li nada deste autor, ainda tenho de escolher um livro que me pareça interessante para começar e não ficar logo desmotivada.
Boa review :)
Beijinhos