SINOPSE: "A infância, o Alentejo, o
amor, a escrita, a leitura, as viagens, as tatuagens, a vida. Através
de uma imensa diversidade de temas e registos, José Luís Peixoto escreve
sobre si próprio com invulgar desassombro. Esse intimismo, rente à
pele, nunca se esquece do leitor, abraçando-o, levando-o por um caminho
que passa pela ternura mais pungente, pelo sorriso franco e por aquela
sabedoria que se alcança com o tempo e a reflexão. Este é um livro de
milagre e de lucidez. Para muitos, a confirmação. Para outros, o acesso
ao mundo de um dos autores portugueses mais marcantes das últimas
décadas."
A minha opinião
Este livro é composto por vários textos escritos ao longo de uma década e já publicados na sua maior parte, por isso alguns revi, outros nem por isso. Peixoto oferece-nos, num registo praticamente autobiográfico, um pouco e um todo de si próprio ao longo da sua infância, adolescência e vida adulta. Oferece-nos abraços de palavras, de sentimentos e de sorrisos.
As
histórias transportaram-me para a minha infância. Num contexto muito similar
fui guiada numa reflexão bastante profunda, sorri, recordei. Fiquei a conhecer
mais um pouco do autor, da sua forma de pensar, senti que caminhava com ele
lado a lado, que partilhava das suas alegrias, que ouvia as suas histórias,
sentada ali mesmo, ao seu lado a ouvir a sua voz, a abraçar a sua vida, os seus
sonhos e os seus sentires. Recordei o ser criança, aprofundei o meu crer no
valor infinito da família, abracei as recordações, vivi de novo. Enfim, senti
que de qualquer forma fazia parte das histórias e da vida que foi vivida.
Há
textos menos profundos, mas não menos importantes e cativantes. Pensei ser um
livro de textos autónomos, mas enganei-me. Todos estão interligados, há um fio
condutor que os liga e que lhes dá um sentido muito profundo, um fio que os
abraça e une de forma única, esse fio é o sentimento. Não
quero deixar de destacar os textos, para mim muito especiais, escritos a partir de
romances de Lispector, Rulfo e Dostoiévski. São simplesmente maravilhosos!
Um dos meus autores de culto, por isso tenho dito!
“Se te quiserem
convencer de que é impossível, diz-lhes que impossível é ficares calado,
impossível é não teres voz. (…) Temos direito à esperança. Esta vida
pertence-nos.“
(Excerto que me fez refletir dentro do contexto da crise
atual.)
"Às vezes esqueço-me de que
posso morrer todos os dias."
(Às vezes tenho que me recordar que devo viver
todos os dias.)
Ois Clarinda,
ResponderEliminarRealmente e uma das minhas grandes falhas não ter lido nada deste escritor e não é por falta de incentivo, tenho uma colega no emprego que tem tudo dele é só pedir que ela empresta, mas pronto lá chegará a vez e quem sabe depois não largue :)
É bom quando gostamos do livro, do escritor e ainda por cima o enredo fazer-nos recordar uma fase da nossa vida que nos foi tão querida, fico contente por ti :)
Bjs e boas leituras
Obrigada Fiacha pelas sempre simpáticas palavras.
EliminarLogo que possas lê JLP, não te vais arrepender!
Bjinhos