SINOPSE: "Alan e Irene conheceram-se num orfanato, nos anos 50. Ele tinha sete
anos, ela tinha nove. Eram ambos sensíveis e solitários. Naquele meio
hostil, tornaram-se inseparáveis. Mas a proximidade entre meninos e
meninas não era bem vista e, embora se desdobrassem em cuidados e
peripécias, o inevitável aconteceu: a inocente amizade foi descoberta.
Alan foi levado para outro orfanato sem ter, sequer, direito a um adeus.
Os anos passaram mas o laço entre eles nunca foi quebrado. Nas suas vidas - frequentemente difíceis, sempre solitárias - sabiam faltar algo. Sem saberem, frequentaram durante anos as mesmas lojas, o mesmo bairro… Até que, um dia, quarenta anos depois, Irene e Alan cruzaram-se casualmente na rua. Ambos souberam de imediato que nada nem ninguém voltaria a separá-los.
Relato doloroso de abandono, crueldade e sobrevivência, Almas Gémeas é, acima de tudo, uma história espantosa que confirma uma verdade fundamental: o amor consegue vencer todos os obstáculos."
Os anos passaram mas o laço entre eles nunca foi quebrado. Nas suas vidas - frequentemente difíceis, sempre solitárias - sabiam faltar algo. Sem saberem, frequentaram durante anos as mesmas lojas, o mesmo bairro… Até que, um dia, quarenta anos depois, Irene e Alan cruzaram-se casualmente na rua. Ambos souberam de imediato que nada nem ninguém voltaria a separá-los.
Relato doloroso de abandono, crueldade e sobrevivência, Almas Gémeas é, acima de tudo, uma história espantosa que confirma uma verdade fundamental: o amor consegue vencer todos os obstáculos."
A opinião da Vera
Antes de mais, é importante dizer que este livro é a história verídica dos autores. É o relato emocionado de como Alan e Irene foram separados quando eram crianças e de como se reencontraram ao fim de muitos anos.
Este facto fez-me partir para a leitura de uma forma diferente e os factos relatados foram sentidos de uma forma mais intensa e dolorosa, por saber que, de facto, aconteceram.
Ambos nasceram em famílias carenciadas e destruturadas. Com a perda da mãe a família perdeu o rumo e ambos, de formas diferentes, acabaram em lares de acolhimento para crianças. Antes do caminho de ambos se cruzar, já as histórias tinham deixado marcas nas suas personalidades. E eram ainda umas crianças. No entanto, ambos tiveram a perceção de encontrar um verdadeiro amigo, alguém em quem podiam confiar, mesmo antes de trocarem a primeira palavra.
O livro mostra-nos um pouco como era o dia-a-dia das crianças deixadas em lares/orfanatos. A forma como eram transferidas de um lar para outro, sem terem ideia do que lhes ía acontecer ou sequer a hipótese de se despedirem das outras crianças com quem acabavam por conviver, mostra-nos bem como o sistema era impiedoso e cruel com estas crianças, já de si com uma vida tão sofrida. Apesar de terem algum contato com a família (mais da parte de Irene que visitava as irmãs e tinha algum contacto do pai) esse contacto era esporádico e em doses tão pequenas que não eram o suficiente para conseguirem aguentar a crueldade em que viviam. É difícil para nós entender como os outros filhos podiam estar com o pai e estas crianças não, como poderiam elas entender?
Juntos, achavam que eram capazes de mudar o mundo mas quando esta amizade é descoberta, logo trataram de os separar. Tudo por causa de uma brincadeira inocente e que teve como resultado uma separação de mais de quarenta anos. Imaginei-me a viver esses anos com a sensação de que me faltava uma parte de mim e de ser incapaz de ser feliz por completo. Não deve ter sido fácil. O que mais me encheu o coração foi a luta incessante para se encontrarem e de só quando isso aconteceu, serem capazes de serem felizes por completo.
Alan e Irene tiveram uma infância praticamente sem carinho, sem um sorriso de compreensão. Uma infância com muita violência, crueldade e tortura, principalmente para Alan que com a separação da sua amiga, passou a ser um menino rebelde, alheio às regras e a fugir constantemente em busca de Irene. Muitas das tareias que levaram deixaram sequelas para a vida, tanto como física como psicologicamente.
Foi com emoção que li as páginas do reencontro de Alan e Irene. Não deixei de me surpreender (e revoltar) com o facto de terem estado tão perto durante muitos anos e nunca se terem cruzado.
A promessa que fizeram quando eram crianças, cumpre-se na idade adulta e quarenta anos depois. Alan e Irene casam-se, rodeados de pessoas que lhes querem bem e são felizes. Apesar de tudo o que passaram, nunca deixaram de acreditar.
A narrativa não é brilhante, por vezes a escrita torna-se um pouco enfadonha pela repetição constante das mesmas problemáticas, mas entendo a necessidade dos autores de mostrar ao mundo tudo aquilo pelo que passaram. É um livro que nos toca e emociona e por fim, que nos faz acreditar. Acreditar em almas gémeas, acreditar que é possível ser feliz, mesmo quando tudo parece dizer-nos o contrário.
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