SINOPSE: "O inspetor Kari Vaara é o
protagonista deste romance que nos leva ao submundo violento e obscuro
da Finlândia, onde a noite polar, kaamos, é a época mais lúgubre do ano.
Quando
uma bela imigrante somali aparece brutalmente mutilada num campo
coberto de neve, com uma injúria racista gravada no ventre, Kari Vaara
sabe que é crucial manter o crime em segredo, pois este seria um
escândalo num país que convive mal com a sua xenofobia.
Por outro
lado, as exigências da investigação começam a afetar o seu próprio
casamento - Kate, a atual mulher, norte-americana, adapta-se mal à
cultura e ao modo de vida finlandês. E o próprio Vaara vê-se
inesperadamente confrontado com o passado: as suas suspeitas sobre o
assassino da jovem somali recaem no homem por quem a sua primeira mulher
o trocou..."
A opinião da Vera
Há uns anos atrás se me dissessem que ia ser fã de
policiais, não acreditaria. Pois bem, referindo alguns dos mais marcantes,
comecei com Stieg Larsson (não sei se por ser o primeiro mas a Triologia
Millenium ficou-me no coração), passando por Camilla Lackberg (ainda só li dois
mas deu para ver que é fabulosa) e agora James Thompson, este género literário
conquistou-me.
Anjos na Neve, o primeiro livro da série do Inspetor
Kari Vaara, despertou-me os sentidos e a vontade de ler os próximos da saga.
Conhecer a realidade cultural dos países nórdicos, em particular da Finlândia,
onde aquela escuridão sem fim é capaz de deixar deprimido até o mais alegre e
quem sabe, torná-lo capaz de coisas que jamais se imaginou a fazer. Já para não
falar naquele frio do outro mundo (aliado às descrições dos crimes) que me fez
gelar os ossos!
Sendo uma fã de romances, apreciei a capacidade do
autor em coadunar cenas de crime fortíssimas (com pormenores altamente
descritivos), com a realidade pessoal de Kari – a sua vida com a mulher Kate,
cuja história também apreciei.
O assassinato macabro da estrela de cinema Sufia Elmi
vai virar a vida de Kari de pernas para o ar. Quando é chamado ao local do
crime, está longe de imaginar as implicações que este terá na sua vida.
A investigação é pormenorizada e faz-nos querer
devorar o livro para saber exatamente tudo o que aconteceu. Cada acontecimento
supera o anterior em surpresa, choque e brutalidade.
Quando Kari se apercebe que o principal suspeito do
crime é o atual marido da sua ex-mulher percebe que não vai ser uma
investigação fácil. Até porque tendo sido trocado por Seppo, a principal
tendência vai ser acharem que Kari está a vingar-se e que nunca ultrapassou o
fato da ex-mulher ter aproveitado o fato de ele estar hospitalizado para o ter
abandonado sem qualquer explicação.
O inspetor é feliz com Kate, a sua esposa americana,
esperam um filho e são um casal realizado (apesar de Kate ter algumas
dificuldades de adaptação aos costumes nórdicos). Mas parece que ninguém quer
saber muito disso, por isso o caso vai ser envolvido de algum mediatismo junto
da imprensa, favorecido principalmente pela ex-mulher que parece acreditar que
Kari está a vingar-se dela após tantos anos.
O ritmo alucinante deixa-nos sem fôlego. Vamos
conhecendo um pouco da história de vida de Kari, dos traumas de infância que
marcaram a sua relação com os pais, principalmente com o pai, que ele acha que
o considera culpado de um acidente terrível. A par disso a investigação
prossegue. O pai de Sufia parece ter algo mais a esconder e quer à força que o
assassino seja condenado, não olhando a meios. Aqui o autor aproveitou para nos
revelar algumas tradições muçulmanas.
Entretanto as mortes continuam e vão apimentando uma
narrativa já de si bastante condimentada. É uma viagem louca, gelada, com as
emoções à flor da pele.
Um livro a não perder, com revelações surpreendentes
que nos vão fazer desesperar pelo próximo livro.
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