Menina, de pele macia
faz tempo
tanto tempo
que o meu frio corpo
não se veste do teu
Ar frio da manhã
faz tempo
que a minha alma gélida
se esconde na bruma espessa
da vida
Rio de brandas águas
belo mundo desvairado
em busca do incerto momento
levas os meus devaneios
para o teu leito
Leito de ténue sorriso
a minha memória arrepias
com desejos perfumados
e beijos dispersos, incertos
sem amarras ou pudor
Entra, sem receio, com emoção
faz de mim teu complemento
pulsa em mim teu coração
observa o meu olhar
tão perto do teu
Noite despida de dia
alicerça em mim os teus sonhos
remenda as minhas mágoas
polvilha o meu corpo
com a tua vontade
Entra, aconchega-te por inteiro
a porta está aberta, o coração liberto
o jardim florido, a alma lavada
fecha a porta, deixa do lado de fora
os vestígios de outras estações
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