SINOPSE: "Jeanie foi uma esposa
terna durante mais de 30 anos, uma mãe dedicada e, mais recentemente,
uma avó alegre. Mas Jeanie tem um segredo: o marido, George, há muito
que não dorme na sua cama. Estará apaixonado por outra mulher? O que
terá ela feito de errado? Por mais perguntas que coloque, Jeanie
permanece sem respostas.
Neste turbilhão emocional, Jeanie anseia
pelas quintas-feiras, o dia mais luminoso da semana. Às quintas, ela
leva a sua neta a brincar no parque. E é aí que encontra Ray, também ele
a tomar conta do neto. Ray revela-se um homem amável, bonito e bom
conversador - exatamente o contrário de George. De repente, Jeanie
sente-se de novo atraente e viva, e apaixona-se por Ray. Mas terá ela a
coragem para, contra tudo e contra todos, virar a sua vida do avesso e
dar uma nova oportunidade ao amor?"
A opinião da Vera
Este foi o último livro que li em
2013 e pode dizer-se que foi um desfecho feliz. Gostei imenso e surpreendeu-me,
pois dentro dum tema que poderia não suscitar grande entusiasmo, a verdade é
que me arrebatou.
Gostei imenso da Jeanie, da forma como luta contra as amarras
sociais e o estigma da “terceira idade”, não só por parte da sociedade como da
própria família.
Jeanie tem sessenta anos, é casada,
tem uma filha e uma neta. É dona de uma loja de comida saudável que a realiza e
estimula. Sente que ainda tem muito que fazer, muitos objetivos e muita coisa
para viver. Já o marido reformado, quer vender a casa de Londres e ir com a
mulher para a tranquilidade do campo. Ele sempre exerceu controlo e domínio
sobre Jeanie mas desta vez ela não está a conseguir aceitar esta reviravolta na
sua vida.
Aprecia sobremaneira as tarde que
passa no parque com a sua neta e é aí que conhece Ray e o seu neto Dylan. Esta
amizade vai trazer-lhe sentimentos que havia esquecido e uma liberdade que a
família lhe recusa. Jeanie vai sofrer com as lealdades a que está sujeita e não
sendo capaz de ir contra a sua família, também não quer renunciar à sua
felicidade.
Para a filha de Jeanie, os pais têm
o casamento ideal e a ideia de passarem os últimos anos felizes no campo,
parece-lhe a mais acertada. Mas saberá ela o que se passa no casamento dos
pais? Saberá se a mãe é feliz ou que traumas o pai esconde para ter deixado a
cama do casal á dez anos, cortando com qualquer contacto sexual com a mulher?
Jeanie começa a ansiar as
quintas-feiras, tanto para estar com a neta, como para ver Ray e à medida que
esta relação cresce e Jeanie percebe que se está a apaixonar, sentindo emoções
à muito esquecidas, uma série de questões vão surgindo, dramas familiares e
sentimentos ambíguos que a nossa protagonista não sabe se será capaz de
enfrentar.
Tal como fez toda a vida ela não é
capaz de bater o pé e dizer ao marido que não quer mudar de vida e acaba por se
mudar para o campo, terminando a relação que foi construindo com Ray e negando
a ambos o crescimento de algo maior. Mas depois de experimentar determinadas
sensações e sentir a maravilha de ser amada e partilhar momentos que jamais
sonhou viver, Jeanie vai lutar contra o preconceito e vai tentar ser feliz.
Adorei a escrita envolvente, a garra
da protagonista e todo o drama de sentimentos que os envolvidos tiveram de
viver para chegar a bom porto.
Um livro delicioso que nos faz
pensar naquelas tardes no parque, onde o inesperado pode sempre acontecer.
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