SINOPSE: "Este é o primeiro
romance do indonésio Andrea Hirata, que o escreveu em homenagem à sua
escola, aos seus professores e ao grupo de crianças com quem cresceu e
partilhou experiências extraordinárias. A história é contada na primeira
pessoa por Ikal, um rapaz que tem seis anos quando o romance abre, e
decorre na pequena ilha de Belitong, onde a maioria da população vive em
condições de extrema pobreza. Para estas crianças, a sua escola, uma
velha construção de madeira, é o lugar onde são felizes e a única
possibilidade de escaparem à pobreza. Mas para eles como para os dois
únicos professores há que travar uma batalha constante face à ameaça de a
escola ser fechada. Felizmente Pak Harfan, o diretor da escola, e Bu
Mus, a jovem professora, souberam incutir nestas crianças a autoestima e
o amor pelo conhecimento que lhes permite defender corajosamente o seu
direito à educação.
Uma história comovente, cheia de exotismo e magia, que transmite uma forte mensagem de esperança."
A minha opinião
Somos quem seremos no momento em que nascemos. Tudo fica
definido nessa altura e resulta da junção de fatores tais como os pais, o local
de nascimento, o país, o ser pobre ou rico…
Ikal é um menino que nasce num país pobre, na Indonésia, numa
família pobre, sem recursos, mas com uma enorme vontade de lutar por uma vida
melhor e ter acesso àquilo a que nós temos como direito adquirido, neste caso à
educação. Ainda que Portugal não seja um bom exemplo de um país que tem todas
as condições para um bom futuro não é, pelo menos, um entre os piores. Ikal e
os seus amigos são crianças que nada têm, nem manuais escolares, nem cadernos,
nem materiais para pintar como os que enchem as mochilas dos nossos meninos nas
nossas escolas e que na maioria dos casos só servem para destruir. Ikal e os seus
amigos chegam a andar dezenas de quilómetros para chegar à escola e depois
ainda ajudam os pais no campo. A escola é para eles um refúgio, um abrigo, um
mundo novo.
Narrado na primeira pessoa por Ikal, esta é uma história
baseada na realidade, na força, na esperança, no otimismo, na coragem e na
perseverança. A narrativa desenvolve-se perante uma realidade muito dura de
desigualdade, mas onde há pelo menos uns que vencem as diferenças e conseguem
chegar mais além.
Lembro-me dos meus pais contarem histórias muito idênticas,
menos dolorosas em alguns aspetos, mas muito sofridas e duras. São a história
de alunos e professores que querem uma escola solidária, uma escola para todos,
uma escola de igualdades dentro e fora dos seus muros, uma escola de
oportunidades, uma escola de verdade. Sem quadros, sem mesas e quase sem teto estes
meninos indonésios fazem do seu espaço, um espaço de crescimento, de partilha,
de esperança e de fé. São autores do seu aprender, do seu crescer e, ainda que
de forma ténue, alguns são autores do crescer do seu próprio país. É uma
história de lutas diárias, de esperança, de coragem e de tristeza, escrita de
forma muito simples, clara e acessível, que nos toca profundamente e faz
reacender a esperança na natureza humana.
Como professora que sou, li esta história com lágrimas nos
olhos e um nó na garganta. Estes alunos não têm nada, mas são mais ricos que a
maioria dos meus alunos, pois querem aprender e esse querer dá-lhes a força
necessária para ultrapassar todos os obstáculos, para serem alegres e felizes e
para aprenderem a aprender. Fazemos comparações, não é fácil fazê-las! Na nossa
sociedade dá-se tudo às crianças sem pedir nada em troca, sem lhes ensinar a
importância das coisas, escondemos realidades, desculpamos maldades,… será este
o caminho certo?! Não me parece!
Um livro que mostra a vontade de alunos e professores que
realmente querem! Um hino à Educação, uma lição que todos devemos aprender,
porque o Ikal poderia ser qualquer um de nós!
Recomendo a leitura deste livro sem qualquer reserva!
Quero este livro quase desde que saiu. Um dia vai morar comigo =)) **
ResponderEliminarFoi uma amiga que me emprestou, num grupinho que temos.
ResponderEliminarVale a pena!
Olá,
ResponderEliminarQue bonita opinião e não posso ficar indiferente ao que acabo de ler, sem duvida a ver se arranjo forma de o ler ;)
Bjs e boas leituras
Vale mesmo a pena Fiacha.
EliminarUma leitura bem diferente, mas plena.
Bjinhos