SINOPSE: "Um desafio: ler um livro
por dia durante um ano. Você aceita? Essa foi a promessa que Nina
Sankovitch fez a si mesma. Após perder a irmã mais velha para o câncer, e
embora precisasse cuidar dos quatro filhos e lidar com os percalços que
fazem parte do quotidiano de uma grande família, Nina cria uma jornada
para si mesma: ler um livro por dia durante um ano inteiro. Nesse
verdadeiro sonho literário, nossa heroína descobrira que o ano de
leitura magica mudara tudo ao seu redor e que os livros são uma ótima
terapia. O ano da leitura magica também conta a historia da família
Sankovitch: o pai de Nina, que escapou da morte por um triz na
Bielo-Rússia durante a Segunda Guerra Mundial; os quatro ruidosos
filhos, que lhe recomendavam livros ao mesmo tempo que a ajudavam a
cozinhar e a limpar a casa; e Anne-Marie, sua irmã mais velha e
inspiração, com quem Nina compartilhou os prazeres da leitura, mesmo em
seus últimos momentos de vida."
A opinião da Margarida
“As palavras têm vida e a literatura
torna-se uma fuga, não da vida, e sim para dentro da vida.”
Mais um livro sobre livros. Adoro!
Ainda que as “estórias” contadas nem sempre sejam especialmente boas, como adoradora
de livros que sou sinto um prazer enorme ao ver a minha lista “A Ler” aumentada
e, mesmo que mais nada tire deles, fica sempre este lado positivo: conhecer
novos livros! Alguns totalmente desconhecidos, outros de que já ouvimos falar,
mas que por uma razão ou outra não nos despertaram qualquer interesse mas que
depois de lermos uma opinião, uma descrição ou até uma simples frase deles
retirada, nos faz pensar duas vezes e lá vai mais um para a lista.
E chego à conclusão que para além de
adoradora de livros, sou sofredora porque de certeza não vou conseguir ler
maior parte deles… e fico com uma tristeza imensa!
Neste caso, não retirei só novos
livros. Retirei muito mais, retirei lições de vida, força para enfrentar a
vida, pois como a própria autora diz: “livros
são experiências, palavras do autor mostrando o consolo do amor e a sabedoria
da memória. Alegria e lágrimas, prazer e dor…” e acrescenta: “…tudo isso se apoderava de mim enquanto
lia… nunca tinha passado tanto tempo sentada e mesmo assim vivendo tanto!”
Nina
Sankovitch sabe escrever e sabe agarrar-nos!
Este é um livro de memórias que nos
fala da morte de entes queridos e da forma como cada um faz o seu próprio luto!
É um livro que nos fala da morte, mas também da vida! Que nos ensina a aceitar
a morte, mas também a celebrar a vida. É tão profundo quanto um luto pode ser,
mas também uma elegia à vida! Faz-nos sentir alegria por estarmos vivos e
ajuda-nos a seguir em frente!
A autora descreve-nos acima de tudo
a sua própria forma de fazer o luto pela perda da irmã mais velha. Durante três
anos após a morte da irmã Nina
lutou para superar a dor dedicando-se à família e a ajudar os outros. O
sentimento de culpa (a culpa do sobrevivente) não a deixava viver a sua própria
vida e assim durante algum tempo Nina “corre” em função dos outros para tentar
ultrapassar a dor que a consome. Ao fim desses três anos
continuava sem saber lidar com a perda e então em vez de “correr” resolveu
“abrandar” e decidiu, como forma de superar a dor e ao mesmo tempo um tributo à
irmã com quem partilhava o gosto pela leitura, ler um livro por dia durante um
ano! E é sobre a forma que escolheu para terminar o luto pela morte da irmã,
que nos fala neste livro.
Ela leu acima de tudo para
tentar entender a morte prematura
da irmã. Leu livros
sobre o amor, a morte, a guerra, viagens
mas também sobre a vida. Através dos livros, viu
a dor de outros, comparou com a sua própria dor e no final sentiu-se com força
para prosseguir aceitando a morte da irmã, e com a certeza que através dos
livros e das suas grandes lições teria a irmã sempre com ela.
Este
é um grande livro, uma celebração à vida, ao amor e à literatura. Recomendo!
“Somos aquilo que
gostamos de ler e quando admitimos que adoramos um livro, admitimos que este
livro representa algum aspecto do nosso ser…”
“Não podemos controlar
os eventos ao nosso redor, mas somos responsáveis pelas nossas reacções a esses
eventos”
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